Não existe espaço para ódio neste País, afirmou Lula durante ato em São Paulo
Lula durante discurso na Avenida Paulista na noite desta sexta-feira, dia 18 de março
O ex-presidente Lula foi ovacionado, sob aplausos, por mais de 300 mil manifestantes que ocuparam 11 quarteirões da Avenida Paulista na noite desta sexta-feira, 18 de março. Todos gritavam, em coro, “Lula, guerreiro do povo brasileiro” e “Não vai ter golpe”.
Lula começou o discurso afirmando que o dia de hoje seja uma lição para aqueles que não acreditam na capacidade do povo brasileiro e que sua ida a Brasília, como ministro chefe da Casa Civil, é para ajudar a presidenta Dilma Rousseff a fazer as coisas que tem que ser feitas no País.
“O Brasil tem que voltar a crescer, ter sociedade harmônica e entender que democracia é a convivência da diversidade. Temos que aprender a conviver de forma civilizada. Democracia é única forma de povo participar”, afirmou.
“Venho dizer aos companheiros que fazem protesto contra mim: protestem. Eu nasci na vida protestando, fazendo greve, fazendo campanha pelas Diretas. Mas eu queria dizer que eles têm que saber que estas pessoas que estão aqui, de vermelho, são parte das pessoas que produzem o pão de cada dia do povo brasileiro”.
“Elas não estão aqui porque tiveram metrô de graça, não estão aqui porque foram convocadas pelos meios de comunicação a semana toda. Elas estão aqui porque sabem o valor da democracia, porque sabem o valor de fazer o pobre subir uma escala no degrau da economia. Se eles comem três vezes por dia, nós queremos comer três vezes por dia”, discursou Lula.
“Não existe espaço para ódio neste País. Acho muito engraçado que essa semana inteira alguns setores ficaram dizendo que nós somos violentos. E tem gente que prega a violência contra nós 24 horas por dia. Tem gente que fala da democracia da boca para fora. Eu perdi as eleições para presidente da República em 1989, 1994 e 1998 e já tinha perdido em 1982 para o governo de São Paulo, mas em nenhum momento eu fui às ruas protestar contra quem ganhou”, continuou.
E afirmou: “As pessoas vestem roupas em verde e amarelo [nos atos] para dizer que são mais brasileiros, mas corte uma veia delas para ver se o sangue não é vermelho como o nosso. […] Não nos tratem como inimigos, a bandeira está dentro da nossa consciência e coração de cada um de nós”.
“É este o País que queremos construir. Até acabar o mandato da Dilma, há tempo suficiente para a gente virar esta história. Na terça-feira [22 de março], se não houver nenhum impedimento, estarei orgulhosamente servindo a presidenta”, disse Lula.
Da Redação