Não falta água. Falta ação

O semi-árido brasileiro é o maior, o mais populoso e o mais chuvoso, em comparação com outras regiões semelhantes em todo o mundo. Na época das águas, entre novembro e março, chove 750 milímetros.

“É muita água, mas ela não fica disponível, pois falta uma política de aproveitamento e distribuição”, explicou Salete.

A técnica de armazenagem de água por cisternas é conhecida há mais de dois mil anos. No Brasil, a partir dos anos 60, sua construção não partiu de políticos mas de organizações não-governamentais, em ações isoladas.

Salete conta que a construção das cisternas não interessa aos políticos locais, que tiram proveito até mesmo no estado de emergência, ao definirem os trajetos dos carros-pipas levando água comprada com dinheiro federal.

A partir de 1992 as entidades se organizaram e passaram a construir cisternas em grande quantidade, até que decidiram, há dois anos, pela meta de 1 milhão de cisternas.

“O semi-árido precisa de 1,5 milhão, mas 1 milhão já é uma verdadeira revolução”, conclui Salate.