Negociação Coletiva, Diálogo Social e Neoindustrialização

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Foto: Adonis Guerra

A emergência do novo sindicalismo no final da década de 70 do século passado, que culminou com a fundação da CUT em 1983, representou o ascenso das lutas de diversas categorias que foram decisivas para a redemocratização do país e para o fortalecimento da organização sindical. Porém, o cenário econômico que caracterizou a emergência das lutas sindicais pós-ditadura foi de estagnação industrial com a crise da dívida externa que gerou inflação e interrompeu três décadas de altas taxas de crescimento econômico.

A década de 80 ficou conhecida como a “década perdida” e a década seguinte, com o avanço das políticas neoliberais, desencadeou um rápido processo de desindustrialização resultado da abertura indiscriminada do mercado para importação, altas taxas de juros e a dolarização da moeda. Apesar da desaceleração desse processo nos governos Lula e Dilma, a desindustrialização foi acelerada novamente a partir de 2016 até 2022.  

Hoje nos deparamos com o desafio da neoindustrialização do país, a partir de uma perspectiva de sustentabilidade econômica, social e ambiental. Interromper a desindustrialização para gerar mais empregos de qualidade deve ser uma prioridade do atual e dos próximos governos. Isto é, precisa ser uma política de Estado pactuada e duradoura.

A valorização do trabalho no processo de reindustrialização do país, pressupõe o fortalecimento do diálogo social em que os espaços de negociação podem e devem ser compartilhados como momentos de construção do futuro para os trabalhadores com vistas a uma sociedade do conhecimento com bem-estar e proteção social. Não podemos deixar passar essa oportunidade, quase única, para colocar o mundo do trabalho no centro do debate do desenvolvimento de uma nova era industrial sob novos paradigmas.

Departamento de Formação