Também houve ligeira melhora no volume de setores que reajustaram salários acima do INPC. Esse conjunto passou de 77% em 2008 para 78% neste ano.
O Dieese chama atenção, no entanto, para o aumento da incidência de casos de recomposição apenas das perdas inflacionárias. O estudo aponta que 18% dos setores analisados atuaram dessa maneira, contra 12% em 2008.
A ressalva vale para quatro categorias que tiveram recomposição de mais de 4,5% acima do INPC. No ano passado nenhum caso do tipo havia sido registrado.
Setorialmente, os números da indústria – que mais sofreu os impactos da crise – são os que mostraram mais deterioração nas negociações salariais. Nos cinco meses em análise caiu de 86% para 83% o total de segmentos que promoveram ajustes acima da inflação.
Mesmo assim, não cresceu o bloco dos que não chegaram a recompor perdas, estabilizado em 6%, incluídas aí as indústrias metalúrgica, química e farmacêutica. O aumento se deu no grupo de elevou o salário apenas em igual medida da inflação, que passou de 8% para 11%.
No comércio, a situação até melhorou, pois os efeitos da crise foram mais modestos. Segundo o Dieese, todos as categorias tiveram cobertura das perdas com inflação, situação bem melhor do que a de 2008, quando 13% dos segmentos tinham dado aumentos inferiores à variação do INPC. Ainda assim, caiu de 86,1% para 83,3% o volume de aumentos acima da inflação.
A melhor performance em reajuste salarial no país foi observada no setor de serviços, onde os casos de aumento de salário acima da inflação subiram de 71,4% para 77,6%. Nesse grupo entram as categorias de educação, processamento de dados, bancos e seguradoras.
Ao mesmo tempo, diminuíram de 14,4% para 4,1% as ocorrências de ajuste abaixo da inflação no setor de serviços. Além disso, as recomposições restritas à inflação no setor se ampliaram pouco, de 14,3% para 18,4%.