Negociações entram em fase de definição

O presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT), Adi dos Santos Lima, disse ontem que as negociações com os grupos patronais entraram em fase de definições. Se apertar na mobilização, ele não tem dúvida que sai uma proposta de acordo até o final do mês. “Esta semana promete. Estamos com os motores aquecidos e força total”, garante.

Reunião de mobilização é amanhã

Todos metalúrgicos do ABC preocupados com o desenrolar da campanha salarial estão convocados para reunião de mobilização amanhã, a partir das 18h, na Sede do Sindicato. Balanço das negociações e as dúvidas da companheirada são os assuntos.

As assembléias por fábrica continuaram ontem na Volkswagen, em São Bernardo, e na CHS, em Diadema. Hoje serão na Ford, em São Bernardo, e Pirelli, em Santo André.

Negociação

Na terça-feira, a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT se reuniu com o Sindipeças, grupo que evitava negociar as cláusulas sociais.

A nova reunião com o grupo será amanhã e a pauta já está definida: redução de jornada, assédio moral e sexual e contratação por diversidade.

“É evidente que desejamos discutir outros assuntos, mas queremos ouvir a versão deles sobre esses temas”, afirmou Adi. A FEM-CUT também quer debater piso salarial, adicional noturno e alteração do controle de horas extras. 

Ontem à tarde houve a primeira reunião com o setor de Fundição, hoje será a vez das montadoras e amanhã do Grupo-9.

“Esse pessoal deve apresentar as propostas econômicas além de responder as cláusulas sociais. Pelo menos são nossas expectativas”, frisou Adi.

Mau exemplo

Ele acredita que na próxima semana as negociações passarão por um afunilamento e certamente sairá uma proposta até o final do mês para todos os grupos. A exceção, como acontece todos os anos, ficará por conta do Grupo 10.

“Este setor só nos causa decepção. Eles só servem como exemplo de como não deve se dar a relação capital-trabalho”, concluiu o presidente da FEM.

Aumentam salário e emprego para metalúrgicos

Desde janeiro de 2003 foram criados 246.617 postos de trabalho no setor metalúrgico, o que representa um crescimento de 19%.

Ou seja, em 30 meses, foram recuperados pouco mais de um sexto do 1 milhão e 400 mil empregos eliminados no governo FHC. Em junho último havia 1,5 milhão metalúrgicos empregados no Brasil contra 1,3 milhão registrados no mesmo mês há oito anos.

Os números são de pesquisa da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), que mostra também o sucesso nas campanhas salariais da categoria no primeiro semestre.

Campanhas vitoriosas

Dos 350 mil metalúrgicos que se mobilizaram, 97% conquistaram aumento real e os 3% restantes conseguiram a reposição da inflação. Estes reajustes injetaram R$ 220 milhões por mês na economia do País. 

No segundo semestre, 550 mil metalúrgicos ligados a CUT entram em campanha salarial com boas expectativas. “Historicamente, o segundo semestre é melhor para o setor porque os trabalhadores pertencem a sindicatos maiores e a regiões economicamente mais fortes”, analisa Valter Sanches, secretário de Organização da CNM-CUT.

Outro fator é a manutenção dos bons resultados das exportações. Mais uma boa notícia vem de indústrias do setor que já confirmaram investimentos de R$ 11 bilhões em obras de expansão e modernização de suas fábricas.

Emprego no setor metalúrgico (em milhões)

Ano – Vagas
1987 – 2.757.949
2002 – 1.319.793
2003 – 1.364.165
2004 – 1.521.874
2005 (até 31 de junho) – 1.566.410