Negócio da China

As relações com a China tornaram-se fundamentais não apenas para o Brasil, mas para toda a economia mundial. Ela tem o sexto maior PIB do mundo e nos últimos 15 anos cresceu 9% ao ano, em média.

Sua população é de 1,3 bilhão de pessoas, o que representa um mercado gigantesco. Em 2003 consumiu nada menos que 40% de todo o cimento produzido no mundo; 28% do minério de ferro e 23% do aço inoxidável. É o primeiro mercado mundial de celulares em máquinas de lavar e o segundo em computadores.

A China passou a se abrir para o mundo em 1979, quando o Partido Comunista Chinês anunciou que o socialismo passava por reformas em direção a uma economia de mercado mais forte. A Constituição foi alterada e diversas leis modificadas, inclusive com a incorporação do direito à propriedade privada.

É verdade que a esta abertura econômica não correspondeu uma abertura política. A China continua a ser um regime de partido único e de forte censura à imprensa. Mas isto é assunto para especialistas na área política.

A abertura econômica atraiu investimentos de grandes multinacionais. Em 2003, por exemplo, a China recebeu US$ 57 bilhões do estrangeiro, contra US$ 10 bilhões do Brasil.

Há hoje um boom imobiliário e um consumo frenético da classe média chinesa. O País tornou-se um grande canteiro de obras.

Com isto, já é o terceiro maior importador do mundo. Suas compras totalizaram US$ 412 bilhões em 2003. Já as exportações chinesas pularam de 9,7 bilhões de dólares em 1978 para 438 bilhões de dólares em 2003. Seu comércio exterior saltou, em 20 anos, da 51ª para o 5º lugar.

A importância da China hoje é tão grande que o país tem inclusive ajudado a cobrir as contas públicas dos EUA, por meio de volumosas compras de títulos públicos americanos. Se a China modificar sua política, os juros no mundo inteiro poderão subir no dia seguinte.

Enfim, é a parceria com este tigre gigante que o Brasil está de olho.

Subseção DIEESE