Neoliberalismo é ameaça aos trabalhadores em todo mundo

Foto: Markus Cappelo

O Seminário Internacional, que abriu o 12º Congresso Nacional da CUT, o CONCUT, debateu a ofensiva das forças conservadoras no mundo sobre as con­quistas dos trabalhadores.

“Estamos percebendo ações coordenadas, em todo o mundo do trabalho, que precarizam as relações e fragilizam as organizações dos traba­lhadores e este debate internacional é essencial para frear essa investida do neoliberalismo sobre os direitos que conquistamos”, afirmou o presi­dente do Sindicato, Rafael Marques.

O tema preocupa os sindicalistas de forma global e também esteve presente durante Semi­nário na Itália, promovido pela FIOM CGIL, a Federação que representa os trabalhadores metalúrgicos das regiões de Emilia Romagna e Bologna, e pelo IGMetall, que reúne os sindicatos dos metalúrgicos na Alemanha, em setembro.

“Firmamos um protocolo de cooperação e cola­boração entre os sindicatos, que poderá significar ações concretas em defesa dos trabalhadores, cujas realidades, apesar das diferenças regionais, são muito parecidas”, destacou Rafael, que esteve no país europeu. 

“Ficou muito claro que, a partir dos relatos dos sindicatos, há um ataque duro, uma ofensiva ne­oliberal muito forte impactando os trabalhadores tanto aqui como lá, como em diversas outras partes do mundo”, prosseguiu.

Segundo ele, um exemplo é a perda significativa de trabalhadores, antes cobertos pelo contrato nacional de trabalho, existente na Itália, “demons­trando um caminho de precarização jamais visto”.

Aqui no Brasil, uma das faces mais duras dessa ofensiva se manifesta por meio do projeto da pre­carização das relações trabalhistas, o Projeto de Lei da Câmara, o PLC 30, que tramita no Senado – o antigo PL 4.330.

“É preciso uma coalizão internacional, a mais ampla possível, para que possamos enfrentar jun­tos os desafios postos à classe trabalhadora. Cada emprego perdido, cada trabalhador precarizado, não importa em que parte do mundo, isso nos atinge duramente. O impacto da derrota da classe operária para a ofensiva neoliberal, em qualquer país, atravessa oceanos”, declarou o presidente.

Para Rafael, além de o Brasil sofrer uma ten­tativa de desmonte, há uma ofensiva na política, onde a oposição tem atacado profundamente a capacidade do País em impedir o retrocesso.

“O enfraquecimento do atual governo, popular e democrático, atende aos interesses dos patrões, da direita e nos tira a capacidade de resistência”, alertou.

“Nós estamos sob uma política econômica que dialoga com os bancos, não com os trabalhadores. Esse momento no Brasil é muito sério”, concluiu.

Durante o intercâmbio, Rafael e o CSE e vice -presidente do Comitê Mundial dos Trabalha­dores na Volks, Valdir Freire Dias, o Chalita, visitaram as fábricas da Lamborghi e Máquinas GD e conheceram os processos únicos de pro­dução e os contratos coletivos de cada empresa.

Os sindicalistas brasileiros participaram ainda de manifestação no Ministério do De­senvolvimento italiano contra demissões na fábrica Cisa.

A abertura oficial do CONCUT aconteceu ontem à noite com o ato em defesa da demo­cracia e por direitos, e tinha confirmada a presença da presidenta Dilma Rousseff, do ex-presidente Lula e do senador e ex-presi­dente do Uruguai, José “Pepe” Mujica.

A abertura oficial estava programada para às 20h e não havia começado até o fechamento desta edição da Tribuna, às 19h.

O CONCUT acontece até sexta, dia 16, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na capital paulista.

Acompanhe a programação do 12º CONCUT em http://goo.gl/HvNR4t.

Da Redação.