“Ninguém é feliz com fome, queremos um mundo onde as pessoas possam ter acesso à alimentação”

No dia em que o Brasil ultrapassou 4 mil mortes pela Covid-19 em 24h, Bolsonaro mais uma vez debochou da pandemia

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No final da última terça-feira, 6, a população brasileira assistiu estarrecida a notícia sobre o total de vidas perdidas para a Covid-19, em um único dia, 4 mil foi o número estampado em todas as manchetes. Para ser mais exato, 4.211 mortes registradas, o maior patamar dessa tragédia sem controle e sem precedentes no país.

Apenas quem parece não ter se indignado foi a pessoa que ocupa o cargo de chefe da nação. Enquanto profissionais da saúde trabalham de forma exaustiva, pessoas morrem à espera de leitos e outras se contaminam em filas para tentar ter acesso à vacina ou ao auxílio emergencial, Bolsonaro mais uma vez zombou da pandemia. Como de costume, culpou a imprensa e disse que seria capaz de resolver o problema do vírus em poucos minutos dando dinheiro aos veículos de comunicação.

“Nunca vamos nos cansar de dizer que a responsabilidade pelo número de mortes e de pessoas passando fome hoje no Brasil é do presidente”, afirmou o secretário-geral dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges. 

“No início da pandemia, cientistas alertaram que se não fossem tomadas as ações necessárias, poderia se chegar a um patamar catastrófico. Esse patamar chegou”, lembrou.

O Brasil teve 337.364 pessoas mortas pela Covid-19 e 13.106.058 pessoas infectadas desde o começo da pandemia. A média de mortes em uma semana foi de 2.775 por dia, variação de +22% em duas semanas. A média de casos foi de 63.143 por dia, variação de -16%. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa.

Do outro lado a solidariedade

Do outro lado, oposto a esse posicionamento negacionista, está a classe trabalhadora, os movimentos sociais, os sindicatos que se unem para tentar amenizar o sofrimento da população e a disseminação do vírus com diversas medidas.

Uma delas é a arrecadação de alimentos e produtos de higiene para ajudar as pessoas mais necessitadas e que tiveram sua situação econômica agravada neste período.

“É importante e necessária a mobilização de todos nessa campanha”. Não são só dados estatísticos que comprovam que a miséria, a fome e o desemprego estão crescendo, temos visto isso por todo lado. Nas cidades é maior o número de pessoas nas ruas sem acesso à alimentação”, destacou.

“A vida não vai se fazer só quando tivermos a vacina para todos, a vida também tem que se fazer através dos alimentos, ninguém é feliz com fome. Queremos um mundo onde as pessoas possam ter acesso à alimentação, possam ter a possibilidade de levar alimentos para as famílias”.

“E se fosse você ou alguém que você ama passando por essa situação? Um dos valores que jamais podemos perder é a solidariedade, não podemos deixar de nos importar com a dor do outro”.

A campanha de arrecadação de alimentos e produtos de limpeza promovida pelo Sindicato foi intensificada nas fábricas. Para saber como doar, procure o seu CSE. No próximo dia 17, haverá um drive thru solidário na Sede, onde será possível fazer a doação com toda segurança sem sair do carro.