No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ Metalúrgicos do ABC cobram respeito e inclusão

Em 2023, Brasil registrou 257 mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+, o que mantém o país no topo da lista de países mais homotransfóbicos do mundo

Foto: Divulgação

Hoje, data em que o mundo celebra o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, o Sindicato chama atenção para os números da violência sofrida por essa população e pede respeito e mais inclusão. A data é uma referência à chamada Revolta de Stonewall, iniciada em 28 de junho de 1969, em Nova York, quando ativistas realizaram protestos contra a discriminação e a violência policial da qual essa comunidade era vítima.

Os dados mais recentes colocam o Brasil no topo da lista dos país mais homotransfóbico do mundo. Segundo o Dossiê de LGBTIfobia Letal, durante o ano de 2023 ocorreram 230 mortes LGBT de forma violenta no país. Dessas, 184 foram assassinatos, 18 suicídios e 28 outras causas.

Ainda de acordo com o levantamento, apesar desse número já representar a grande perda de pessoas, principalmente por sua identidade de gênero e/ou orientação sexual, há indícios para presumir que esses dados ainda são subnotificados no Brasil. Já que a ausência de dados governamentais e a utilização de informações disponíveis na mídia apontam para uma limitação metodológica na pesquisa.

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Já pela apuração do Grupo Gay Bahia, em 2023, o Brasil registrou 257 mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+. Estima-se que as pessoas trans representem cerca de um milhão no Brasil, e o risco de uma pessoa transexual ser assassinada é 19% maior do que o risco enfrentado por gays, lésbicas e bissexuais.

A diretora executiva do Sindicato, responsável pelos Coletivos, Andrea de Sousa, a Nega, ressalta que é hora de frear e combater essa violência. “Não podemos permitir tantas situações de discriminação e morte por conta da orientação sexual. Não dá mais para aceitar que esses números estarrecedores. Nosso Sindicato tem compromisso com as lutas minoritárias, que na verdade são maioritárias. Nossa comissão tem o compromisso de fazer com que essa engrenagem se torne forte, robusta para que outras pessoas enxerguem que o Sindicato também é um lugar para ser ocupado pela comunidade LGBT das fábricas da nossa base”.

Foto: Adonis Guerra

O coordenador Comissão LGBTQIAPN+ do Sindicato, Arthur França, trabalhador na Otis fala em orgulho e luta por ummundo mais justo e igualitário. “Neste dia lembramos o dia no qual deixamos de ter vergonha para ter orgulho. Foi o dia do pontapé inicial da população LGBTQIAPN+ em busca de direitos civis e sociais. Foi neste dia que cansamos de ficar no armário, e não ficaremos mais, pois nossa luta é todos os dias, por tod@s aqueles que perderam suas vidas em busca dos direitos que temos hoje e por tod@s aqueles que ainda virão, que possamos lutar para que vivam num mundo mais justo e igualitário. Que o nosso orgulho se transforme em coragem e ações para mudarmos e sermos mais inclusivos socialmente”.

“Dentro de um país com o maior índice de assassinatos da população LGBTQIAPN+ do mundo, vamos em direção contrária ao preconceito, em direção ao respeito, aceitação e mais do que isso, à celebração de todas as nossas diferenças. Por isso, o Sindicato lança oficialmente amanhã, às 9h30, na Sede, a Comissão LGBTQIAPN+, e convida todos e todos para participar”, completou.

Não é doença!

A pesquisa do Instituto Locomotiva revela que 2 em cada 10 brasileiros ainda consideram a homossexualidade uma doença e que 4 em cada 10 acreditam que a homossexualidade pode ser curada. Além disso, 45% não sabem o que é uma pessoa transgênero, e 4 em cada 10 não aceitariam que seus filhos ou filhas decidissem mudar de gênero.