No pique da campanha salarial

O trabalhador metalúrgico já percebeu que a campanha salarial deste ano começou mais cedo.

É que vivemos uma nova data-base, que a partir deste ano passa a ser em 1º de setembro. Essa foi uma das reivindicações mais importantes do ano passado, mas foi uma conquista assegurada apenas em dois dos grupos negociadores.

As reuniões tiveram início com as montadoras e com as empresas de autopeças, forjarias e de parafusos, representadas, respectivamente, pelo Sinfavea e pelo Sindipeças.

Ou seja, para que possamos garantir acordos imediatos com os demais grupos (grupo 9, grupo 10 e Fundição), serão necessárias muita luta e mobilização nas empresas por eles representadas.

Os indicadores econômicos deste ano nos dão conta de uma grande recuperação da produção industrial, o que rechaça aqueles argumentos de sempre da classe patronal de dificuldades financeiras para justificar a não concessão de aumento de salários.

Se estivermos unidos e preparados poderemos assegurar não apenas o repasse integral da inflação como também um aumento real de salários para toda a categoria.

Um ponto fundamental na campanha deste ano diz respeito à redução da jornada de trabalho. Há, nos dias atuais, uma grande conscientização por parte da própria sociedade de que a redução da jornada de trabalho, juntamente com o combate ao excesso de horas extras, é um importante mecanismo para reduzir o desemprego gerado pela globalização da economia.

É importante ressaltar, também, que a categoria deverá estar atenta e mobilizada para defender suas conquistas sociais históricas, mais especificamente aquelas que constam da nossa Convenção Coletiva de Trabalho.

Isso porque as últimas campanhas salariais têm sido marcadas por forte pressão dos empresários para reduzir as cláusulas sociais garantidoras de direitos básicos, principalmente contra aquela que garante estabilidade no emprego aos acidentados no trabalho e portadores de moléstias profissionais.

Os empresários têm demostrado uma enorme disposição em eliminar direitos fundamentais. Vão tentar isso não apenas na campanha salarial, mas também na discussão da reforma trabalhista.

Departamento Jurídico