No plano da Great Wall, só híbridos e elétricos
Investimento de chinesa pode chegar até R$ 10 bil até 2032
“Chegamos, Brasil”, disse Koma Li, chefe das operações da Great Wall no Brasil, ao encerrar, ontem, o discurso de apresentação da montadora chinesa ao país. Em um palco montado dentro da fábrica comprada da Mercedes-Benz, em Iracemápolis (SP), Li anunciou planos ousados, como o investimento de R$ 4 bilhões até 2025 e mais R$ 6 bilhões até 2032, para lançar dez modelos, criar um centro de pesquisa e tornar o Brasil uma base de exportação.
Mas a notícia que muda totalmente a rota traçada pelas demais montadoras no país até aqui é que essa será a primeira que chega produzindo só veículos híbridos e elétricos. A decisão de só produzir híbridos ou elétricos é representativa. O diretor da área comercial, Oswaldo Ramos, cita pesquisa da KPMG, segundo a qual, 43% dos brasileiros querem que seu próximo carro seja eletrificado e 48% não querem mais veículos “pelados”, sem itens de tecnologia, como conectividade e segurança.
Segundo Ramos, os modelos fabricados no país serão de novas gerações e terão peças brasileiras predominantemente. A meta é alcançar 60% de conteúdo local, diz. Com o plano de produzir modelos eletrificados, a empresa tem pela frente o desafio de nacionalizar componentes eletrônicos e baterias, cuja produção se concentra fora do Brasil.
A linha de produção só começará a funcionar em meados de 2023. Para a primeira fase, serão contratados 2 mil empregados diretos (o que dá 8 mil indiretos, segundo a empresa). Em três anos a capacidade de produção poderá chegar a 100 mil veículos por ano. As instalações entregues pela Mercedes permitem produzir 20 mil.
Do Valor Econômico