No terceiro dia de greve na Mercedes paralisação é 100%

Trabalhadores na Mercedes, em São Ber­nardo, seguem em greve pelo terceiro dia em reação à demissão de 500 companheiros, anun­ciada por meio de comunicado da montadora à imprensa na última sexta, dia 17. A paralisação total, por tempo indeterminado, foi aprovada na última quarta e, desde então, nenhum veículo foi produzido na fábrica.

“O movimento avança agora para um acampamento dia e noite na portaria da fábri­ca”, declarou o coordenador geral do CSE na Mercedes, Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max (foto). “É esta unidade e solidariedade entre os companheiros que nos elevará à vitória. Seguimos em vigília”, prosseguiu.

Segundo o dirigente, o Sindicato aguarda contato da Mercedes para novas negociações, “mas até o momento, nada foi sinalizado”.

Após o envio de ofícios com pedido de urgência na adoção do Programa Nacional de Proteção ao Emprego e de outras medidas de estímulo à economia para a presidenta Dilma Rousseff e ministros, os Metalúrgicos do ABC receberam o apoio, de imediato, do ministro do Trabalho, Manoel Dias.

“Ele se colocou à disposição para ajudar nas negociações com a montadora e se solidarizou com o movimento”, afirmou Max.

“Pedimos a todos os trabalhadores que sigam as orientações do Sindicato, inclusive por meio do site www.smabc.org.br, e só compareçam na fábrica na próxima segunda, dia 27, cada um no seu horário, para assembleias e novos encaminhamentos”, concluiu o coordenador.

O que dizem os companheiros em layoff

“Desde que estou em layoff há quase um ano, recebo constante­mente telegramas para compare­cer ao RH. Apesar da pressão estar muito grande, ninguém vai desis­tir porque tenho esperança na re­versão destas demissões. A vigília na porta da Mercedes continua até a vitória.” Jucilene Silva de Oliveira, na Montagem de Motores

“A gente fica em agonia e na expec­tativa por não saber o que vai acon­tecer. Houve uma terceirização nas demissões, onde soubemos por meio da mídia. Falta respeito ao trabalhador, que sempre esteve a postos para suas tarefas. Seguimos as orientações do Sindicato até o fim.” Gilvanei José da Silva, na Montagem Final da Cabine

“Estou muito preocupado com esta situação, ainda mais porque tenho uma filha de dois anos que de­pende de mim. Desde o primeiro dia da greve eu venho para a porta da fábrica às 5h da manhã para acompanhar o movimento. É triste ser tratado apenas como um número.” Anderson Lima dos Santos, na Pré-Monta­gem da Cabine

Da Redação