Normalizaram as perdas todas

O Brasil vacinou até terça-feira, 5 de maio, 32.881.298 pessoas com a primeira dose da vacina contra a Covid-19. A quantidade de pessoas parcialmente imunizadas representa, aproximadamente, 15,53% da população do país. Desses, somente 16.723.761 receberam a segunda dose, o que significa que 7,9% da população recebeu a imunização completa.

Foto: Divulgação

A pandemia completou pouco mais de um ano, no entanto, para os cientistas, ela só vai terminar quando o número de casos em todo o mundo cair drasticamente, além de destacar que a vacinação, especialmente no Brasil, começou muito atrasada.

Bolsonaro, ao não investir tempo hábil na compra de vacinas, insistiu em comprar lotes e mais lotes de cloroquina e colocou o exército nacional em saia justa ao produzir toneladas de um remédio sem a menor utilidade no tratamento da Covid. Não contente, queria editar decreto presidencial mudando a bula da cloroquina, de modo a incorporá-la como medicamento anti-Covid no sistema público de saúde, segundo ex-ministro da Saúde de seu governo.

Os mais de 400 mil mortos no Brasil eram uma tragédia anunciada provocada por decisões políticas deliberadas. Culpa de Bolsonaro, que reduziu a importância da pandemia, se opôs à vacinação, se recusou a tomar decisões de controle da doença e rejeitou adotar medidas cientificamente comprovadas.

Infelizmente, somente no momento em que pararmos de observar novos casos, novas hospitalizações e óbitos, estaremos chegando a uma situação mais “confortável”.

“Vivi um ano muito triste. Não podia ligar a televisão que eu chorava, fiquei tocado. Acho que muita gente normalizou essas perdas todas” (Paulo Gustavo, humorista, morto em 4 de maio por Covid).

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Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente