Nos anos de chumbo da ditadura, a resistência dos trabalhadores
Com o golpe de 64, os militares acabam com as liberdades democráticas, intervém nos sindicatos, extinguem os partidos, cassam e suspendem os direitos políticos de centenas de parlamentares, líderes políticos e sindicais. Diretorias inteiras de sindicatos são destituídas acusadas de subversão. É um tempo de prisões, torturas, mortes e perseguições políticas golpeando as esquerdas e os movimentos sociais. O golpe também fecha as Ligas Camponesas no Nordeste.
A primeira reação pública dos trabalhadores à ditadura acontece durante o ato oficial de 1º de Maio realizado em 1968 na Praça da Sé, em São Paulo. Pedras e paus são jogados no governador Abreu Sodré, que foge. Os trabalhadores incendeiam o palanque e fazem passeata pelas ruas centrais da cidade.
Nesse ano, o Exército invade a Willys (hoje Ford) e acaba com greve de três dias. No Rio, a palavra de ordem de passeata que reúne 100 mil pessoas é Abaixo a Ditadura.
Em junho, os metalúrgicos entram em greve e ocupam a Cobrasma, em Osasco, e mais cinco fábricas. Tropas do Exército avançam sobre as barricadas e acabam com a greve.
Em dezembro, os militares decretam o Ato Institucional nº 5 (AI-5) e a repressão aumenta. Em 1969, o general Garrastazu Médici assume a presidência e começa o mais repressivo dos governos militares com prisões, torturas, assassinatos e muitos exilados. A censura prévia controla a imprensa.