Alípio Freire, presente!
A direção dos Metalúrgicos do ABC lamenta o falecimento do companheiro Alípio Freire, ontem, depois de quase um mês hospitalizado com Covid-19.
Jornalista, escritor e artista plástico, Alípio Freire foi militante da Ala Vermelha, grupo dissidente do PCdoB, que combateu a ditadura militar.
Foi preso aos 23 anos pela Oban (Operação Bandeirantes). Depois de três meses de torturas e interrogatórios, foi transferido para o Presídio Tiradentes, onde ficou preso entre 1969 e 1974.
Após a prisão, seguiu com a militância e foi um dos fundadores do PT (Partido dos Trabalhadores).
Também seguiu com o jornalismo.
Também seguiu com o jornalismo. Trabalhou, inclusive, na redação da Tribuna entre dezembro de 1982 e agosto de 1983, quando a ditadura militar interveio pela quarta e última vez no Sindicato e cassou a diretoria encabeçada por Jair Meneguelli.
Trabalhou também na comunicação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Anistiado pelo Ministério da Justiça desde 2005, escreveu vários livros, entre eles, “Estação Paraíso” e “Estação Liberdade”. Em 2013, lançou seu primeiro documentário, chamado “1964 – Um golpe contra o Brasil”.
Ao projeto “Memórias da Ditadura”, Alípio reforçou a luta contra a impunidade. “É exatamente a impunidade dos criminosos de ontem que estimula, naturaliza, banaliza e torna impunes os crimes, chacinas e massacres do presente. Hoje esses mesmos crimes são cometidos contra a população de baixa renda das periferias das cidades; contra os trabalhadores rurais e camponeses pobres; estão presentes nas torturas e assassinatos nas sombrias salas de ‘interrogatório’ das delegacias e outros órgãos públicos do presente”.
Sua morte é uma grande perda para os movimentos sociais e sindical. Seu legado continuará inspirando a luta pela democracia e justiça social no Brasil.
Toda a nossa solidariedade aos familiares e amigos. Alípio Freire, presente!