Novembro de luta e resistência

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Foto: Divulgação

O mês de novembro é um marco quando consideramos a luta da população negra pelo fim da discriminação racial. E o Dia da Consciência Negra, o dia 20, é uma data de luta e de lembrança, em homenagem à figura histórica de Zumbi dos Palmares, ícone da resistência e mobilização dessa imensa camada de nossa população.

A lei federal 14.759, aprovada no final de 2023, marca agora essa data como feriado nacional. Num país como o Brasil, formado a partir da exploração do trabalho escravizado e com recorrentes situações de discriminação racial, é de suma importância termos uma data para lembrar dessa luta pela liberdade, e repensarmos as condições muito desiguais de inserção das pessoas negras em nossa sociedade.

De fato, a escravidão deixou marcas que até hoje não foram apagadas. Desde a infância e até a vida adulta, a população negra convive com as manifestações do racismo estrutural, que também impedem um adequado acesso dos jovens da periferia aos estudos e ao mercado de trabalho, e impõem obstáculos às mulheres negras na inserção laboral, majoritariamente colocadas em ocupações precárias e de baixos salários.

O estudo que acabamos de divulgar sobre os trabalhadores e trabalhadoras negras no Grande ABC é revelador. Os salários de admissão para metalúrgicos negros na região foram em média 15,7% menores do que os valores pagos a trabalhadores não negros; para as mulheres metalúrgicas, essa diferença é ainda maior, de 17,9%.

Neste dia 20 de novembro lembramos a desigualdade que o racismo impõe, e a relevância dos trabalhadores negros na promoção de uma sociedade justa e igualitária.

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