Novo regime automotivo vai trazer 20 bilhões

Nada mais nada menos do que uma transformação: para Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, este será o resultado prático do novo regime automotivo brasileiro, válido de 2013 a 2017 e cuja regulamentação foi finalmente revelada na quinta-feira, 4, após longa espera.

Belini considera que o Inovar-Auto “é um programa que terá impactos estruturais na indústria automotiva brasileira”.

Durante coletiva à imprensa na própria quinta, 4, que coincidiu com data anteriormente agendada para a divulgação dos resultados da indústria de setembro, Belini não escondeu a satisfação com o conteúdo da regulamentação do regime. Também presente à coletiva todo o alto escalão da associação, incluindo o primeiro vice-presidente Luís Moan, corroborou as palavras do presidente.

A Anfavea calcula que a busca pela adequação às regras e sua consequente alavanca de competitividade e concorrência farão engordar os investimentos da indústria automotiva no Brasil em US$ 3 bilhões a US$ 8 bilhões até 2015: o montante estimado hoje, de US$ 22 bilhões, saltaria a US$ 25 bilhões a US$ 30 bilhões.

É bem verdade que não se conhece ainda 100% do teor do regime, mas sim algo como 98%: mesmo com a regulamentação, ainda faltam portarias para itens específicos, como destinação do investimento obrigatório em engenharia, pesquisa e desenvolvimento preferencialmente para sistemas de segurança veicular ativa e passiva – como quer a presidente da República, convencida a deixar esta etapa um pouco mais à frente e assim não atrasar ainda mais a publicação do Decreto. Outro ponto a definir é o tipo de punição cabível às empresas que não cumprirem com os compromissos da habilitação.

Inesperadamente, entretanto, um tema da discussão ficou de fora: nível de emissões. Esperava-se que o decreto trouxesse valores para CO2, o que não aconteceu. Esta fase, assim como a de equipamentos de segurança, ficou para uma oportunidade subsequente, provavelmente via Proconve.

Belini, entretanto, mostra-se particularmente entusiasmado com a possibilidade de desenvolvimento local de tecnologia e componentes automotivos – tema que lidou tanto na cerimônia de posse como presidente da Anfavea, em abril de 2010, quanto na divulgação de estudo de competitividade encomendado pela associação, em junho de 2011.

Para exemplificar seu raciocínio mais uma vez o executivo recorreu a exemplo de uso de fibras naturais como matéria-prima exclusivamente local, algo que se mostra a cada dia como um dos objetivos mais perseguidos por Belini em toda sua carreira. “Imagine para-choques feitos de fibra de coco. Onde isso poderia ser produzido? No país da jabuticaba. E em mais nenhum outro lugar.”

 

Do Auto Data