O ABC do desemprego
Os dados da primeira pesquisa de emprego e desemprego específica para o Grande ABC, realizada pelo convênio DIEESE/SEADE, apontam para uma taxa de desemprego, na região, em janeiro, de 20,4%. Isto quer dizer que, de cada 10 pessoas que compõem a População Economicamente Ativa (PEA) do ABC, duas encontram-se sem emprego. No total, são 232 mil desempregados, de uma PEA calculada em 1,137 milhão de pessoas.
A situação é bem mais crítica do que no restante do País, e até mesmo comparado com a Grande São Paulo, que apresentou um índice de 17,8% no mesmo mês. O tempo médio de procura por um emprego no ABC também é maior: 17 meses para se recolocar no mercado de trabalho.
A desocupação é mais expressiva entre os homens, na faixa dos 25 a 39 anos. Isto é mais preocupante levando-se em conta que são eles os responsáveis pela sobrevivência da maioria das famílias.
Infelizmente as previsões são de que o desemprego continuará a crescer. Para driblar a crise, a população tem procurado fazer economias e mudar seus hábitos. Esta mudança em alguns casos tem gerado mais recessão.
Um exemplo disso é a indústria de cervejas e engarrafadores de refrigerantes que demitiram desde o início do ano, cerca de 800 empregados. Parte destas demissões está ligada a queda na vendas. E isso em pleno verão!
Por esse motivo, são extremamente importantes as iniciativas do Sindicato no intuito de gerar empregos. O recém assinado acordo Emergencial do Setor Automotivo e o projeto para Renovação Nacional da Frota de Veículos constituem-se em exemplos de ações que, entre outros objetivos, visam estancar o desemprego na região e retomar o rumo do desenvolvimento.