O aborto no Brasil

A questão do aborto no
Brasil deve ser encarada com
objetividade e base científica,
além de estar imune aos posicionamentos
radicais dos diversos
atores sociais.

Problema real

Segundo a OMS, das 210
milhões de gestações anuais
no mundo, 75 milhões são indesejadas
pelas mulheres. Isso
leva a 45 milhões de abortos,
sendo que 20 milhões deles
são feitos de forma insegura,
por curiosos, parteiras
ou por medicamentos abortivos
como o Citotec.

Dois em cada cinco abortos
ocorrem clandestinamente
levando a 67 mil óbitos
anuais. Ou seja, 300 mulheres
morrem por dia por abortos
clandestinos.

No Brasil, 250 mil internações
anuais pelo SUS têm
como causa as complicações
do aborto, sendo a metade
por aborto provocado.

Proibição seletiva

Na maioria dos países
desenvolvidos o aborto é
permitido e, em países católicos
como México e Portugal
foram legalizados recentemente.
No Brasil a prática do
aborto é proibida por lei.

Isto é, no Brasil o aborto
é proibido apenas para
as mulheres pobres, pois as
que podem pagam médicos
e clínicas especializadas ou
viajam para o exterior para
realizar um aborto seguro.

As mulheres pobres são
condenadas a continuar uma
gravidez indesejada e
que, muitas vezes, acaba no
abandono de crianças pelas
ruas das cidades, ou ao sofrimento
e à morte em procedimentos
sem a menor condição
de higiene e segurança.

Fim do preconceito

As mulheres religiosas e
que são contrárias não devem
se submeter ou praticar
o aborto. Mas não tem
o direito de impedir que as
outras o façam.

O direito de a mulher
decidir sobre o seu corpo e
sobre o planejamento familiar
deve ser respeitado como
um direito inalienável.

O papel do Estado é garantir
os direitos humanos,
a vida e a dignidade à todas
as mulheres, ricas ou
pobres.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente