O assassinato de Herzog e a luta contra a ditadura

No dia 25 de outubro de 1975, aos 38 anos, o jornalista Wladimir Herzog, então diretor de jornalismo da TV Cultura, saiu de casa para prestar depoimento no DOI-CODI (Departamento de Operações e Informações e Centro de Operações de Defesa Interna) e nunca mais voltou, para o desespero e tristeza de seus familiares e amigos. 

Foto: Divulgação

Os militares suspeitavam que Herzog tivesse vínculos com o Partido Comunista Brasileiro e queriam interrogá-lo sobre o assunto. Porém, o “interrogatório” foi realizado sob intensas seções de tortura que o levou à morte por asfixia. 

Preocupados com a repercussão do assassinato nas dependências do DOI-CODI, os torturadores em conluio com as autoridades, tentaram forjar uma versão de suicídio, divulgando uma foto de Herzog enforcado na cela. 

Desta vez, as torturas e os assassinatos não ficaram escondidos nos porões da ditadura como em outras ocasiões. Várias organizações da sociedade contestaram a tese do suicídio e exigiram que a verdade sobre a causa da morte do jornalista fosse revelada. 

No dia 31 de outubro foi organizado um grande culto ecumênico com mais de 8.000 pessoas na Catedral da Sé, celebrado pelo rabino Henry Sobel, pelo cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e pelo pastor presbiteriano Jaime Wright em homenagem a Herzog. 

Mais uma vez, invocar as tragédias do passado é uma forma de não repeti-las, principalmente quando vivemos um retrocesso político da magnitude que estamos vivendo hoje em nosso país, com ataques constantes à democracia e aos direitos humanos.

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