O ataque federal às conquistas sociais
Final de século. Final de milênio. E o Governo FHC, em apenas 5 anos, conseguiu desmoronar toda uma história de conquistas e direitos dos trabalhadores brasileiros, fruto da política neoliberal implantada no País, aliada à decantada globalização econômica que dita as regras do nosso dia a dia. E o desmanche só não foi maior, por que nós trabalhadores reagimos em alguns momentos, seja com movimentos de massa, greves, paralisações, protestos e manifestações diversas, seja com propostas alternativas (renovação de frotas, acordo emergencial, suspensão das demissões na Ford, cooperativas de trabalho). E o nosso sindicato, como sempre, foi responsável pela maioria desses movimentos de resistência.
Mas é difícil lutar contra o império econômico, ainda mais quando poder público e empresariado se unem em um mesmo fim, como ocorreu no caso das privatizações, com a entrega o nosso patrimônio público, ou no caso do socorro aos bancos falidos (Proer).
Nunca se viu um ataque tão orquestrado na história política brasileira como o que ocorreu contra a Previdência Social. De uma hora para outra, os aposentados e pensionistas foram considerados culpados pela falência do Estado, pelo ridículo salário mínimo existente, apenas por que os benefícios previdenciários são atrelados a ele. E quando conseguiram impedir, com muita luta, a estipulação de idade mínima para a aposentadoria por tempo de contribuição, vem o Governo Federal com esse Fator Previdenciário, enganando o trabalhador com a promessa de que ele ganhará mais se se aposentar com idade mais avançada.
Outro escândalo: nem os militares ousaram governar o tempo todo por decreto, como este Governo faz por medida provisória.
Nesse cenário tão desfavorável, merece destaque a luta dos metalúrgicos do ABC, que conseguem manter as suas conquistas sociais e ainda têm força para garantir seus empregos e melhorar seus salários. É um exemplo de que ainda vale a pena lutar.