´O Brasil merece a verdade´, diz Dilma


Foto: Roberto Stuckert Filho / PR

A emoção dominou Dilma Rousseff nesta quarta-feira (16), em Brasília, quando a presidenta instalou a Comissão da Verdade, que irá apurar a responsabilidade do Estado brasileiro nos crimes cometidos contra militantes políticos entre 1946 e 1988, com ênfase no período da ditadura militar (1964-1985).

“O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade factual. Principalmente aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia”, disse, antes de, emocionada, interromper o discurso.

Dilma Rousseff era militante política de esquerda durante a ditadura. Por sua luta em defesa da democracia, foi torturada e ficou presa vários anos durante o regime autoritário.

Ela fez questão de afirmar que a instalação da Comissão não é motivada por “ódio”, “revanchismo” ou “desejo de reescrever a história”.

Direito à história
A presidenta criticou quem acreditam ser melhor não falar sobre os crimes de Estado durante a ditadura e tentam impedir o conhecimento pleno da história do País.

“A ignorância sobre a história não pacifica, pelo contrário, mantêm latentes mágoas e rancores. A desinformação não ajuda apaziguar, apenas facilita o trânsito da intolerância. A sombra e a mentira não são capazes de promover a concórdia”, afirmou Dilma.

E concluiu: “A força pode esconder a verdade, a tirania pode impedi-la de circular livremente, o medo pode adiá-la, mas o tempo acaba por trazer a luz. Esse tempo chegou”.

A Comissão
Acompanhada de todos os ex-presidentes da República pós ditadura – Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor e José Sarney – a presidenta Dilma empossou Cláudio Fontelles, Gilson Dipp, José Carlos Dias, João Paulo Cavalcanti Filho, Maria Rita Kehl, Paulo Sérgio Pinheiro e Rosa Maria Cardoso da Cunha como os sete membros escolhidos por ela para compor a Comissão da Verdade.

Da Redação