O Brasil voltou
Na semana passada, o balneário de Sharm El-Sheikh no Egito recebeu a 27ª sessão da Conferência das Partes, a COP27, promovida pela ONU (Organização das Nações Unidas).
A Conferência é um tratado internacional com o objetivo de reduzir as emissões e mitigar os efeitos da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.
A COP-25 de Madri (Espanha) e a COP-26 de Glasgow (Escócia) foram marcadas pela atuação sempre tumultuada do atual governo brasileiro. Dessa vez, a presença destacada e inédita de Lula na condição de presidente eleito devolveu ao Brasil o protagonismo no cenário internacional. O presidente Lula, inclusive, propôs que a COP-30, a ser realizada em 2025, aconteça na Amazônia brasileira.
O presidente Lula se posicionou ainda contra o avanço do desmatamento ilegal no Brasil e sinalizou que os órgãos ambientais de fiscalização serão reconstruídos, além de assumir o compromisso de zerar o desmatamento da Amazônia até 2030. A COP-27 terminou no último domingo com o compromisso de os países ricos criarem um fundo para ajudar as nações mais vulneráveis a amenizar os prejuízos causados pelas mudanças climáticas.
Mais do que nunca, o Brasil tem uma oportunidade histórica de retomar seu papel como referência global em sustentabilidade. É o momento preciso para aproveitar ao máximo o potencial de nossa biodiversidade, alavancando e ampliando nossa segurança energética, alimentar, hídrica e climática, com efeitos sobre todo o planeta.
A volta do Brasil ao jogo da geopolítica internacional precisa ser confirmada com a implementação de um efetivo projeto de desenvolvimento. Tal projeto deverá articular a dimensão ambiental com as dimensões social e econômica, precisamos aproveitar as nossas condições favoráveis de biodiversidade e de segurança energética para emplacar um novo padrão de organização da sociedade, que certamente marcará o planeta nas próximas décadas.
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