O ciclo vicioso da indústria brasileira

Repetindo uma sequência de resultados ruins, no ano passado a produção industrial brasileira caiu 0,7%, reforçando o nosso recente processo de desindustrialização. O governo Lula assume o país com o desafio de reverter esse ciclo negativo.

Foto: Divulgação

Na gestão Bolsonaro, a média de crescimento da produção industrial foi de -0,6% e não avançamos, ao contrário. Andamos para trás. Atualmente a indústria brasileira está 2,2% abaixo do desempenho pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020.

Ainda sobre 2022, dos 26 ramos de atividade pesquisados na indústria, 17 deles apresentaram redução. A indústria extrativa (-0,37%), produtos de metal (-0,29%), metalurgia (-0,28%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-0,25%), são alguns dos principais setores que puxaram o resultado negativo.

Já entre as grandes categorias econômicas, a maior redução aconteceu nos bens de consumo duráveis (-3,3%), que são aqueles bens que as famílias podem usar várias vezes ao longo de sua vida útil: automóvel, geladeira, TV, máquina de lavar etc. A disparada nas taxas de juros com o encarecimento do crédito, o desemprego e o aumento do emprego precário são algumas das razões para esse resultado.

Contudo, vale reafirmar que o desempenho negativo da indústria brasileira vem se repetindo ano após ano de forma estrutural. A retomada dos investimentos em níveis suficientes para modernizar o nosso parque produtivo e retomar o crescimento vai demandar medidas estruturais e extraordinárias do novo governo.

A consolidação de uma política industrial robusta e permanente precisa figurar como prioridade imediata, com efeitos positivos para toda a sociedade brasileira, seja na geração de valor e trabalho, seja na solução de problemas coletivos de alta relevância para nossa população.

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