O Congresso e a cultura cidadã

Nosso primeiro contato com a sociedade se dá no instante em que nascemos. Chegamos em um determinado grupo social, com características próprias, e um jeito de funcionar e pensar as coisas do mundo.
Somos então “iniciados” nesta socialização por meio daqueles que nos cuidam, sejam pais, educadores etc. É neste primeiro período que vamos conhecendo a realidade objetiva que nos cerca, e através de laços profundamente estabelecidos é que vamos nos relacionando e nos “moldando” às exigências da sociedade.
Há uma certa tendência na manutenção da exploração de uma classe sobre a outra, e isso acontecerá não apenas pelas condições econômicas, mas com a contribuição da dimensão simbólica. Pelos costumes, valores e a forma de ver o mundo. Através de visões como, por exemplo, de que as coisas são “normais”, são naturais.
No entanto, homens, mulheres e crianças podem interagir, de forma criativa ou não, frente a esta realidade. Para alguns, é normal trabalhar tantas horas e gastar tantas outras no trajeto, é normal e justo não questionarmos as regras no trabalho; afinal, assinamos um contrato…
Para outros não…
Para outros, ainda, estes são problemas que devem ser enfrentados apenas pelos representantes eleitos: prefeitos, dirigentes sindicais, síndicos, vereadores etc.
Um dos temas que estão sendo discutidos no 6º Congresso dos Metalúrgicos do ABC é o da Cultura. Este tema faz parte do eixo que deverá nortear a atuação do Sindicato na sociedade. E uma das referências para o trabalho poderá ser o resgate da identidade cultural a partir da cidadania.
É um tema importante, por nos possibilitar refletir sobre esta outra dimensão da sociedade de classes: a forma como as relações sociais são construídas, de forma a conservar ou a inovar. O sindicato é um espaço importante para refletirmos sobre a vida dos trabalhadores, o cotidiano, o chão da fábrica, a cidade em que moramos, enfim, sobre a cultura e a política.

Departamento de Formação