“O Congresso virou um balcão de negócios e abandonou quem vive do próprio suor”

CUT, centrais sindicais, sindicatos, movimentos sociais e populares cobram do Congresso aprovação das pautas da classe trabalhadora e se mobilizam por direitos nas ruas e no voto popular até setembro

Foto: Adonis Guerra

No último dia 10, os Metalúrgicos do ABC se juntaram a milhares de trabalhadores que tomaram a Avenida Paulista, em São Paulo, e em diversas cidades do país, durante um grande ato nacional convocado pelos movimentos sociais, pela CUT e demais centrais sindicais. A mobilização também contou com a participação de partidos progressistas e setores da sociedade civil.

A pauta dos trabalhadores segue escanteada por um Congresso que atua a serviço dos milionários e das grandes corporações. Propostas fundamentais para o povo – como a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, a redução da jornada de trabalho sem redução de salário e o fim da escala 6×1 – continuam sendo ignoradas. Em vez de promover justiça social, os parlamentares mantêm a blindagem do sistema financeiro, sustentam a Selic em patamares abusivos e travam o desenvolvimento da economia real, que é movida por quem trabalha, não por especuladores.

Foto: Adonis Guerra

“A paciência do povo trabalhador está no limite. Estamos indo às ruas porque cansamos de esperar por justiça social que não chega. O Congresso virou um balcão de negócios e abandonou quem vive do próprio suor”, afirmou Daniel Bispo Calazans, secretário-geral da CUT-SP e CSE na Scania.

A manifestação também foi uma resposta ao cenário de descaso com a soberania nacional, a democracia e os serviços públicos. “A elite quer um Brasil onde só os de cima têm vez. Mas nós não vamos permitir. Ouvir o povo não é favor, é obrigação de quem ocupa cargo público. Chega de governar de costas para a maioria!”, disparou Calazans.

Plebiscito Popular

Foto: Adonis Guerra

O dirigente reforçou que a mobilização não vai parar: “Vamos seguir pressionando em todos os espaços: nas ruas, nas fábricas, nas redes e agora também nas urnas do Plebiscito Popular 2025. O povo quer ser ouvido e quer decidir!”.

A consulta popular, que começou em julho e vai até 7 de setembro, quer saber a opinião da população sobre as pautas de luta da classe trabalhadora, citadas no ato. “O plebiscito é um instrumento de resistência, formação e poder popular. Vamos fazer barulho e mostrar que o povo tem lado e tem voz”, afirmou Calazans.

A votação pode ser feita presencialmente ou online. Para votar presencialmente, basta apresentar um documento com foto e preencher a cédula com nome completo, telefone e e-mail. A localização das urnas está sendo divulgada pelas entidades organizadoras e nas redes sociais do movimento.

“Estamos em luta não apenas por demandas econômicas, mas por dignidade, respeito e por um projeto de país que inclua o povo. Nossa força está na mobilização e na consciência de que só a unidade muda a história”, concluiu o dirigente. Acesse as redes do plebiscito: @plebiscitopopular.