O emprego juvenil
Dentre tantas barreiras
que os jovens enfrentam
quando procuram um trabalho
decente, a principal e
mais conhecida é a falta de
experiência. A maioria deles
acaba caindo em um círculo
vicioso: não encontra trabalho
porque carece de experiência
e não pode adquirir
experiência porque nunca
encontra trabalho. Como
muitos não podem se dar ao
luxo de não trabalhar, acabam
aceitando realizar tarefas
muitas vezes precárias e
degradantes.
Uma cena muito corriqueira
que nos chama a atenção
(principalmente nos finais
de semana) é da proliferação
de jovens guardadores de placas,
agitadores de bandeiras e
entregadores de panfletos.
Basta parar num semáforo
por uns instantes e somos
bombardeados com milhares
de panfletos, propagandas do
mercado imobiliário etc. São
adolescentes que ficam parados
nas esquinas por oito horas,
debaixo de sol e chuva,
sem banheiro e sem alimentação
adequada, tendo como
companhia somente uma
placa ou uma bandeira.
Segundo alguns escritores,
a geração que atualmente
se situa na faixa entre os
15 e 24 anos possui o nível
de formação mais elevado
em toda a história da humanidade.
No entanto, isso
não lhe garante o ingresso
no mercado de trabalho.
A mesma frustração
ocorre com jovens que possuem
formação universitária
exercendo funções incompatíveis
com o seu diploma. As
linhas de montagem das fábricas
na região servem como
exemplo: estão cheias de
administradores, advogados,
engenheiros etc, esperando
por uma oportunidade para
melhorar de vida.
A situação dos jovens é
uma preocupação mundial.
A economia do planeta não
cresce o suficiente para gerar
os postos de trabalho necessários
aos jovens que entram
no mercado. Daí, sem
meios ou perspectivas de um
futuro melhor, o risco de serem
atraídos para comportamentos
socialmente destrutivos
é muito alto. Além
disso, a energia, o talento e
a capacidade de inovar de
um jovem são bens que a sociedade
não pode se dar ao
luxo de desperdiçar.
Subseção Dieese do Sindicato