“O empresariado acha que voltamos à estaca zero”

O presidente da Fe­deração Estadual dos Metalúrgicos da CUT, FEM-CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, Luizão, avaliou o posicionamento dos patrões no início desta Campanha Salarial, após as bancadas do G3, G2 e G8 te­rem entregado contra pautas para a Convenção Coletiva de Trabalho, CCT, na semana passada. Os detalhes foram abordados durante entrevista ao Seu Jornal da TV dos Tra­balhadores, TVT, na última quarta-feira, 18.

Foto: Adonis Guerra

“Percebemos que os patrões acham que voltamos à estaca zero. O ambiente de reforma Trabalhista favoreceu o em­presariado, ou criou a sensa­ção de que agora eles podem tentar retirar aquilo que ao longo dos anos nós conquis­tamos”, criticou.

As contrapropostas apre­sentadas pelas bancadas pa­tronais sugerem alterações ou exclusão de mais da metade dos itens, com destaque para o G2 que propõe mudança em 55 das 64 cláusulas estabeleci­das na CCT. Todas apresen­tam retirada de qualquer tipo de estabilidade.

Luizão reforçou o fato de o trabalhador estar vulnerável com o fim da ultratividade. “Nossas convenções termi­nam em 31 de agosto e, se al­gum empresário aventureiro achar que deve fazer tudo ao contrário do que estabelece a Convenção, ele pode. Pois a reforma garante esse direto a ele e o prejuízo aos traba­lhadores”.

Entre as mudanças, o pre­sidente destacou a data de pagamento e o auxílio afas­tamento. “Nosso acordo esta­belece que o pagamento seja feito até o dia 5 de cada mês, eles propõem que se aplique a lei brasileira que determi­na o pagamento até o 5º dia útil. Dependendo do final de semana ou feriado, o paga­mento poderá ser feito no dia 7, 8 ou 9, o que traz prejuízos aos compromissos assumidos pelo trabalhador”, explicou.

Reprodução TVT

“A bancada também quer diminuir o auxílio afastamen­to. Quando o trabalhador se afasta por mais de 15 dias, ele recebe o benefício da Previ­dência e as empresas comple­mentam o salário até 120 dias. Os patrões querem reduzir para 60 dias. Mais uma prova de que querem retirar direitos e garantias estabelecidas na Convenção”.

“Se os companheiros não tiverem consciência da im­portância de ter uma Conven­ção, os patrões vão conseguir o que querem. Por isso é importante que a categoria esteja unida, disposta a fazer a luta e participe do dia a dia dos sindicatos”, concluiu.

Da Redação.