O fim do acordo com o FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma instituição multilateral da qual fazem parte 184 países, entre eles o Brasil.

As cotas do Fundo são proporcionais aos recursos de contribuição dos países membros. Os Estados Unidos são o maior cotista e dão a palavra final sobre suas políticas.

O FMI foi criado na Conferência de Bretton Woods, em 1944, com a participação de 44 países, com o objetivo de dar estabilidade ao sistema financeiro internacional após a 2º Guerra.

Sob a direção dos Estados Unidos nas décadas de 80 e 90, o FMI ultrapassou sua função de socorrer os países e passou a interferir na reorganização econômica e social deles.

Assim, para obter empréstimos, o país aceita condições que para o Fundo são inegociáveis, como o estabelecimento de metas de superávit, recessão e plena liberdade do fluxo de capitais.

Diversos setores da sociedade, inclusindo a CUT, queriam que o governo brasileiro se desatrelasse do FMI. Finalmente, depois de sete anos de sucessivos acordos, o Brasil resolveu não renovar.

É importante registrar que pelos critérios do próprio Fundo ficava difícil prolongar a relação com o Brasil, que recebeu grande quantidade dos seus empréstimos (em 2004, o Brasil tinha 34% dos empréstimos do FMI). Certamente isto pesou na decisão final.

Segundo o ministro Palocci, o governo vai manter a principal exigência do Fundo, o superávit fiscal para reduzir a dívida pública.

Apesar da fala do ministro da Fazenda indicar que o ajuste do FMI passou a ser nosso, o fim do acordo significa a possibilidade do País definir de forma autônoma os rumos de sua economia e desenvolvimento.

De uma política econômica comprometida apenas com metas de inflação, o Brasil pode praticar uma política que considere os indicadores da economia real e da crise social.

Subseções Diesse da CUT e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.