O governo na China pode acabar forçando as principais montadoras do país a se fundir em poucas marcas maiores

A indústria automotiva chinesa está prestes a passar por uma transformação significativa, impulsionada diretamente por Pequim. Em um setor dominado por centenas de montadoras — muitas delas estatais — o governo chinês quer consolidar operações, reduzir a fragmentação e acelerar a transição do país para os veículos elétricos.

O cenário é complexo: marcas sobrepostas, modelos redundantes e dezenas de joint ventures com grandes nomes internacionais como Toyota, Volkswagen, Ford, Nissan e Honda. Em meio a essa teia, o governo central, por meio da Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais do Conselho de Estado (SASAC), quer reorganizar esse quebra-cabeça em algo mais ágil e competitivo.

Um dos movimentos mais emblemáticos dessa estratégia pode envolver a fusão entre duas gigantes estatais: Dongfeng Motor Corporation e Chongqing Changan Automobile. Se a união realmente ocorrer, ela criaria uma megacorporação com volume de vendas capaz de ultrapassar a líder do mercado, a BYD, tornando-se o maior fabricante de veículos elétricos da China. Apenas no ano passado, Changan vendeu 2,68 milhões de veículos, enquanto a Dongfeng fechou 2024 com 2,48 milhões de unidades comercializadas.

Apesar dos números expressivos, ambas ficaram aquém das metas de vendas de EVs — uma das principais preocupações do governo, que enxerga os veículos elétricos como parte fundamental de sua estratégia industrial de longo prazo. Analistas acreditam que a reestruturação, caso confirmada, marcará um passo importante rumo à consolidação do setor automotivo chinês.

Do Notícias Automotivas