O lucro fácil dos bancos com as tarifas

Bancos aumentam tarifas em até 125%

Enquanto a inflação do ano passado ficou em 5,69%, a maior parte dos bancos aumentou suas tarifas em percentuais que chegam a 125%.

Pesquisa mostra que a tarifa cobrada pelo Banespa pela remessa de talão de cheques a domicílio saltou de R$ 2,00 para R$ 4,50, percentual 21 vezes maior que índice de inflação medido pelo IPCA no ano passado.

No Banco do Brasil, a tarifa pela manutenção de conta passou de R$ 5,00 para R$ 7,50, aumento de 50%.

Muitos bancos também passaram a cobrar sem aviso prévio por serviços eletrônicos como o acesso à internete. O Procon alerta que os bancos diversificam os nomes das tarifas para confundir os clientes e evitar a comparação.

A cobrança de tarifas foi liberada pelo governo FHC e, desde então, os órgãos de defesa do consumidor lutam para levar o setor bancário a se enquadrar.

Os bancos resistem, alegando que não têm consumidores, mas clientes. A disputa gerou processos, que estão no Supremo Tribunal Federal.

Campanha visa a reduzir estrago

A moleza que a legislação deu aos bancos para cobrar o que bem entendem é questionada pela campanha da tarifa zero, que o Sindicato desenvolve desde a campanha salarial de 2004.

Já que o trabalhador não tem opção de escolha da instituição onde receber seu salário, a saída é cobrar dos bancos a isenção de tarifas.

Nossa campanha por tarifas bancárias zero se disseminou na categoria e dezenas de acordos foram assinados.

A conquista representa economia de 1,5% da renda do trabalhador e a campanha prossegue até que todos sejam isentos.

Com IR, a mesma farra

O trabalhador brasileiro pagou quase três vezes mais Impostos de Renda em 2005 do que os bancos.

Segundo estudo do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), enquanto o Imposto de Renda Pessoa Física e os rendimentos sobre o trabalho recolheram R$ 52 bilhões, os bancos pagaram no mesmo período R$ 18 bilhões.

Em relação às empresas privadas, o Unafisco apurou que o Imposto de Renda Pessoa Jurídica totalizou R$ 45 bilhões, inferior ao retirado do bolso dos trabalhadores. As distorções do sistema tributário brasileiro, que o governo tenta corrigir com uma reforma, contribuem para a desigualdade de renda no País.