O mais duro e longo dos anos

Certa vez alguém disse que a mais longa das noites em nosso país foi a ditadura militar; durou 21 anos (de 1964 e 1985). Por outro lado, entre 2019 e 2022, enfrentamos, de igual modo, enormes desafios para resistir a tantos ataques realizados pelo governo Bolsonaro contra os trabalhadores.

Foto: Divulgação

Como exemplo, o emprego sem direitos, mediante as reiteradas tentativas de aprovar a tal “Carteira de Trabalho Verde e Amarela”. Indagado a respeito, Bolsonaro respondeu: o trabalhador precisa decidir o que prefere: “mais empregos com menos direitos ou mais direitos com menos empregos”. Para uma figura abjeta e incompetente como ele, emprego e direitos sociais são incompatíveis.

Veja-se o tamanho da falácia desse governo: segundo o Dieese, em 2022, o pagamento do 13º salário deverá injetar cerca de R$ 250 bilhões na economia do país, o que representa quase 2,6% do PIB (Produto Interno Bruto), pagos aos trabalhadores do mercado formal.

Imagine-se o que seria da economia nacional se este governo tivesse conseguido revogar o 13º salário. A economia como um todo encolheria substancialmente e a crise do desemprego aumentaria ainda mais. Acontece que, com menos dinheiro, o trabalhador consome menos e o comércio e a indústria vendem menos. Todos perdem.

Ao lado de medidas como a reforma Trabalhista aprofundada pelo atual governo, foi aprovada, em 2019, a reforma da Previdência, com o mesmo viés de supressão de direitos dos segurados do INSS.

Mas, existem ressalvas a isto: Bolsonaro teve deferida, recentemente, por Arthur Lira (presidente da Câmara dos Deputados) sua aposentadoria no valor de cerca de R$ 30 mil. A receita é simples: aperto para o andar de baixo e privilégios para o de cima.

Enfim, nestes quatro anos, enfrentamos o aumento do racismo, da homofobia, da violência contra a mulher e as crianças, a precarização da educação e da saúde e tantas outras mazelas.

Ainda assim, o ciclo termina com uma enorme esperança nascida das eleições deste ano.

Todos devemos contribuir ao máximo para superar tudo isto e não mais permitir retrocessos. Temos muito a fazer a partir do próximo ano. Mãos à obra!

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