O novo perfil político da América do Sul
Maioria dos governos na região é de esquerda e tem como objetivos integração local e colocar um fim às políticas neoliberais.
Esquerda assume o poder no continentePela primeira vez em mais de 30 anos, a maioria dos países da América do Sul possui governos de esquerda. A derrota do neoliberalismo na região mostra que promessas vendidas por políticos como FHC, no Brasil, ou Carlos Menem, na Argentina, por exemplo, não iludem mais as populações do continente.
Ao contrário, a maioria do povo latino-americano decidiu dar um basta a idéias como privatizações, ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), fim da presença do Estado na economia, alinhamento externo com os Estados Unidos e outras iniciativas defendidas pelo chamado Consenso de Washington.
Com a guinada à esquerda, ganham força propostas como integração regional, política externa independente, Mercosul ampliado com os demais países do continente, fim da dominação dos Estados Unidos, ampliação da democracia para toda a população e assim por diante.
Mudança – As mudanças começaram com a eleição de Lula à Presidência do Brasil. A vitória de Néstor Kichner na Argentina reforçou o movimento. Em seguida, os uruguaios escolheram pela primeira vez um candidato de esquerda para presidente e elegeram Tabaré Vasquéz.
No Chile, a eleição de Michelle Bachelet teve mais de um significado. Manteve os socialistas no poder e colocou pela primeira vez uma mulher no comando do país. A vitória de Evo Morales também representou mais que a volta da esquerda ao poder no país. Pela primeira vez um indígena governa a Bolívia.
Na sequência, Alejandro Toledo ganhou no Peru e Rafael Correa foi eleito presidente no Equador. Para completar a lista, Hugo Chávez foi reeleito no começo de dezembro presidente da Venezuela.
Restaram apenas Colômbia e Paraguai com governos de centro-direita na América Latina.
Mas são compensadas por três vitórias da esquerda na América Central. A volta do sandinista Daniel Ortega ao poder na Nicarágua, Matín Torrijos no Panamá e Oscar Sanchez na Costa Rica.