O novo salário mínimo

Desde o último dia 1º de abril, está em vigor no País o novo salário mínimo, no valor de R$ 200,00. Parece brincadeira pelo dia da mentira, mas não. É verdade. Pela Constituição Federal, com esse valor o trabalhador brasileiro é capaz de se manter e custear todas as despesas de sua família como aluguel, alimentação, produtos higiênicos, roupas, transporte diário, saúde, educação, lazer e previdência social.

É que a regra constitucional do art.7º, IV, diz que o salário mínimo deverá ser nacionalmente unificado, e atenderá as neces-sidades básicas do trabalhador nos ítens acima mencionados. Segundo cálculos do DIEESE, para dar fiel cumprimento ao que determina aquela regra constitu-cional, o salário mínimo atual deveria ser superior a R$ 1 mil. É bem verdade, também, que um aumento substancial no seu valor, de uma hora para outra, não seria assimilado pela nossa economia. Mas, o governo FHC, nesses sete anos no poder, não preparou sequer uma política voltada para o crescimento gradativo do valor real do salário mínimo. Todos esses anos, a desculpa dada pelo governo federal para a não concessão de um reajuste maior ao salário mínimo sempre foi a mesma: que a Previdência Social não suportaria pagar aposentadorias e pensões além do aumento concedido. Ora, todos sabemos que o problema da Previdência não é de caixa, mas sim de administração. Na verdade, o governo quer esconder que está cumprindo determinações do FMI.

Em nome do “Plano Real”, da estabilização da economia, do combate a inflação, preferiu-se não permitir o aumento de moedas em circulação, impedindo a elevação do consumo e, em consequência, o crescimento da economia. Essa tem sido a lógica do “Real”. FHC preferiu passar para a história como o presidente que governou o País com um dos mais baixos salários mínimos do mundo. Isso vai estar no seu currículo.