O ócio e o negócio
Na Grécia Antiga, a sociedade
era dividida entre
cidadãos, não-cidadãos e
escravos. Os não-cidadãos
e escravos eram considerados
inferiores, cabendo-lhes
tarefas braçais (negócio), tidas
como indignas para os
cidadãos. A escravidão dava
condições aos cidadãos
terem o tempo livre (ócio).
Os gregos tinham uma
tempo realmente ocioso, o
que lhes dava condições
de pensar, filosofar, analisar
o certo e o errado e tornar
a Grécia o berço da sabedoria.
Se antes a base era o
ócio, com a chegada da
sociedade capitalista a
base é claramente o negócio.
O ócio é aquilo que
se almeja e se atinge em
alguns momentos, nos intervalos
possíveis do negócio.
É preciso dedicarse
a um trabalho que se
transforme em mercadoria
e traga lucros. O que
era anteriormente valorizado,
coisa de nobres,
passou a ser indigno.
Contradição – O trabalho passa a ser
visto como meio necessário
para conquista da cidadania.
É através do
trabalho que o indivíduo
recebe a parcela a que tem
direito nas relações sociais,
uma remuneração,
tornando real a sua condição
de cidadão. Quem não
trabalha se sente um peso
social, um excluído.
Portanto, é preciso ter
uma lista cheia de afazeres
para não ser considerado
um inútil, preguiçoso,
acomodado. Não se pode
ficar parado!
No mundo atual trabalha-se como antigamente,
ou até mais. As
horas de lazer são mais
uma compensação pelas
horas trabalhadas, e não
um ócio necessário para
o bem-estar e desenvolvimento
humano. Será
que o tempo que passamos
ociosos é perda de
tempo?
Subseção Dieese