O papel da universidade na construção da cidadania

Alguns dias atrás, uma das maiores universidades privadas do País foi palco de um ato truculento, violento e preconceituoso.

Uma mulher jovem, portando um vestido vermelho curto, recebeu vaias e xingamentos de mais de 700 alunos ao caminhar pelos corredores da escola. A universidade, diante do fato, decidiu expulsar a jovem, aluna do curso de Turismo. Para os alunos e a universidade ela deveria ser punida por estar trajando um vestido curto e sensual.

Diante deste fato, lembremos, também, de dois casos: o dos jovens que, de madrugada, atea-ram fogo ao corpo de um senhor indígena que dormia em um ponto de ônibus, matando-o. Na delegacia os jovens assassinos justificaram o ato dizendo: “Nós pensávamos que era um mendigo”.

Outro caso que jamais devemos esquecer foi o da empregada doméstica violentada aos murros e pontapés por outro grupo de jovens, e a justificativa dos mesmos: batemos porque pensávamos que era uma prostituta.

Diante do caso Uniban, mais uma vez a história se repete de forma preconceituosa e violenta. Uma universidade que, em vez de construir a igualdade e a solidariedade, elevando a educação em Direitos Humanos, faz o contrário.

Como disse o ministro Paulo Vannuchi, isso cria um ambiente digno dos piores fascismos e dos piores tempos da ditadura. Ou seja, alimenta a intolerância e a truculência, levando a juventude à barbárie absoluta.

A construção de uma sociedade justa e democrática também deve ser o papel da universidade. Ela também deve ser sujeito na formação da cidadania, contribuindo na construção de uma nova história.

Departamento de Formação