O PIB em 2023 e 2024: desafios do crescimento com desenvolvimento
Na semana passada, o IBGE divulgou o PIB de 2023, que apresentou crescimento de 2,9% em relação a 2022. Vale ressaltar que em fevereiro do ano passado a expectativa do mercado era de apenas 0,8%, sendo o resultado final muito superior.
O destaque ficou por conta da agropecuária, que registrou alta de 15,1%, impulsionada principalmente pela supersafra de grãos, como soja e milho. A Indústria Geral cresceu bem menos, com 1,6%, puxada pela indústria extrativa (petróleo, gás natural e minérios), que teve alta de 8,7%. Já a indústria de transformação, que compõem atividades estratégicas para o desenvolvimento industrial brasileiro, como máquinas e equipamentos, metalurgia, automotivo, químico, alimentos, entre outros, apresentou uma nova queda, da ordem de 1,3%.
Outro ponto determinante para o crescimento da economia brasileira foi o Consumo das Famílias, que cresceu 2,3%. Esse crescimento foi beneficiado pela melhora no comportamento do mercado de trabalho, seja pela geração de empregos como pela elevação da massa salarial, além dos programas de transferência de renda e da inflação menor, o que gerou mais dinheiro no bolso para o consumo de alimentos, serviços e bens industrializados.
Para 2024, a previsão do mercado é de um crescimento abaixo de 2%. Apesar do ritmo menor do último semestre de 2023, o cenário é positivo, incluindo a previsão de crescimento da indústria de transformação.
De fato, o governo federal precisa estar atento e trabalhar para que tenhamos um crescimento sustentado e equilibrado entre os diferentes setores e regiões do país. É necessário reverter a queda de investimentos no último trimestre de 2023 para alavancar a indústria de transformação e colocar em marcha a nova política industrial, lançada há menos de dois meses.