O poder da negociação

Segundo o presidente da FEM/ CUT, Valmir Marques , a melhor estratégia para resolver os conflitos do mundo do trabalho é mobilizar, negociar e respeitar a vontade dos trabalhadores

A melhor estratégia para resolver os conflitos do mundo do trabalho é mobilizar, negociar e respeitar a vontade dos trabalhadores. Esta tem sido a estratégia adotada pelos nossos sindicatos metalúrgicos filiados para enfrentar os efeitos da crise financeira mundial e que têm assegurado bons acordos para a categoria.

O cancelamento de 86 demissões na TRW de Diadema, a suspensão do “lay off” na Magnetti Marelli no ABC, o acordo firmado com a Volks em Taubaté que garantiu a efetivação de 650 temporários sem a redução de salários, a  suspensão das demissões no setor de autopeças em Itu, entre outros acordos realizados pelos nossos sindicatos no interior do Estado são fortes exemplos.

A nossa Central também tem adotado medidas em defesa da classe trabalhadora. Em abril, a CUT e a CNM-CUT firmaram com os setores de máquinas (ABIMAQ) e com o SIMPI (micro e pequenas empresas) convênios que visam combater os efeitos da crise mundial, evitando demissões, garantindo o padrão de consumo dos trabalhadores, que não terão seus salários reduzidos. A CUT pediu ao governo federal que edite uma Medida Provisória (MP) que reduza, durante o período de quatro meses, a carga de impostos que incide nestes setores. Para que estas compensações sejam concedidas, as empresas não poderão demitir. A mesma exigência foi feita ao setor automobilístico que se beneficiou novamente com a prorrogação do IPI.

A pior fase da crise mundial na nossa economia está passando. As medidas implementadas pelo governo Lula surtiram efeitos positivos no mercado e na produção. Dados da Fenabrave divulgados recentemente mostram que o setor vendeu 1 milhão de veículos em 91 dias, batendo a marca do ano passado, que foi 92 (nesta época não havia crise). A abertura de 19 mil postos de trabalho na indústria paulista em abril e o crescimento de 30% em março em relação a fevereiro no setor de bens de capital são outros indicadores positivos.

As nossas experiências de negociação reforçam o amadurecimento na relação CapitalXTrabalho e mostram que é possível encontrar soluções para combater a crise,valorizando o trabalhador e preservando os direitos.
 
De Valmir Marques, o Biro Biro, presidente da Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT-SP