O preconceito versus a liberdade do Bolsa Família
Já em maio de 2013, Walquiria Domingues e Alessandro Pinzani, professores de Filosofia da Unicamp e da UFSC, respectivamente, e autores do livro “Vozes do Bolsa Família: autonomia, dinheiro e cidadania”, adiantaram-se: “seguem circulando na sociedade e na própria academia muitas visões negativas sobre ele [o programa] e até uma série de estereótipos e preconceitos que variavam da visão de que se trataria de nefasto assistencialismo, de esmola eleitoreira”, em artigo ao GGN.
E completaram: “ou até mesmo de um desserviço cívico, pois estimularia a presumida atávica preguiça dos pobres que, tradicionalmente, são considerados como uma espécie de subumanidade, como crianças grandes, que não possuem aquela razão prudencial que é função humana decisiva na vida em sociedade. De maneira nenhuma o Estado deveria lhes garantir uma renda monetária, pois não saberiam usá-la racionalmente. Podem ser objetos de política públicas, mas são considerados incapazes de ser sujeitos políticos em sentido próprio”.
E é com essa visão distorcida, bastante repercutida com a vitória de Dilma Rousseff sobretudo nos estados com populações mais cadastradas no programa, que se questionam a dependência das famílias a essa renda mensal.
Do Blog do Nassif