“O programa de incentivos ao setor é resultado do nosso debate com o governo federal”

Com duração de quatro meses, medida do governo contempla incentivos para a renovação de frota de caminhões e ônibus

Foto: Adonis Guerra

Os dirigentes dos Metalúrgicos do ABC reforçaram a importância da retomada da indústria com o programa de estímulo ao setor automotivo do governo federal em atividade na Mercedes, em São Bernardo, na última sexta-feira, dia 14.

A montadora anunciou a venda de 110 ônibus, sendo 90 modelos urbanos e 20 rodoviários, e seis caminhões extrapesados, sendo cinco do modelo Axor e um Actros, adquiridos com desconto a partir da entrega de modelos antigos para reciclagem.

O diretor executivo do Sindicato, presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC e da IndustriALL Brasil, Aroaldo Oliveira da Silva, destacou que a atividade marca a retomada econômica no país.

“Discutimos a indústria não só porque somos trabalhadores na indústria. Ela tem a capacidade imensa de desdobramento nos outros setores econômicos e também a capacidade intensa de gerar empregos e renda de qualidade. Essa é a necessidade do fortalecimento da indústria nacional, para termos desenvolvimento econômico, social, sustentável e tecnológico no país”, defendeu.

O presidente da CUT, Sérgio Nobre, comemorou o anúncio. “É um dia histórico para os trabalhadores do setor automotivo. O programa é um sucesso e o mais importante é a geração de empregos. O país precisa disso para voltar a crescer e gerar empregos de qualidade”.

Estudo automotivo

Aroaldo reforçou a importância do setor automotivo e da reindustrialização do país. O dirigente lembrou a entrega do “Estudo Setorial Automotivo: caminhões, ônibus e automóveis” ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 3 de maio.

O documento apontava a situação mais crítica do setor automotivo no segmento de caminhões e pedia ações urgentes. O Sindicato propôs diretrizes e propostas para o reposicionamento da cadeia automotiva brasileira.

“Após a entrega do estudo, discutimos a Medida Provisória e a portaria de regulamentação. O programa também é resultado do nosso esforço com o governo federal. Debatemos agora a elaboração de um programa permanente de renovação de frota”, afirmou.

Foto: Adonis Guerra

Indústria e meio ambiente

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reforçou os benefícios do programa para a indústria e a sustentabilidade. “Veículo muito velho polui 20 vezes mais. Vai melhorar a qualidade do ar, contribuir para a saúde. Ter um veículo com segurança, frenagem moderna, evita morte. Ou seja, é menos poluente, mais confortável, evita acidentes, salva vidas”.

Ele também anunciou que o governo estuda um modelo permanente de renovação de frota de ônibus e caminhões.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, defendeu as políticas de desenvolvimento do país. “É isso que precisamos mirar, crescimento constante para que possamos gerar emprego e renda para o povo. Qualificação, formação, educação e investimento nas políticas públicas”.

Foto: Adonis Guerra

Balanço

Segundo o MDIC, o programa temporário de renovação de frota do governo federal tem duração de quatro meses ou enquanto durar os recursos. Para caminhões, foram requisitados pelas montadoras, até o momento, R$ 100 milhões dos R$ 700 milhões disponíveis. Para ônibus, R$ 140 milhões de R$ 300 milhões.

A modalidade do programa para carros terminou no dia 7 de julho, com 125 mil unidades vendidas em pouco menos de um mês.