O PSDB faz mal para a educação

Em 1995, a rede estadual de ensino de São Paulo estava entre as melhores do País. Hoje, passados 14 anos, ela está entre as piores, apresentando queda em todas as avaliações possíveis.
Não por acaso, 1995 foi o ano em que Mário Covas, do PSDB, assumiu o governo do Estado, implantandoa progressão continuada, sistema pelo qual os alunos do ensino fundamental não podem ser reprovados no final de cada ano. A reprovação pode acontecer somente no término de um ciclo, na quarta ou oitava série.
Ao mesmo tempo, o tucano cortou os investimentos em Educação. A Apeoesp (sindicato dos professores de São Paulo), denunciou em 2004 que os governos de Covas e Alckmin,
também do PSDB, desviaram mais de R$ 4 bilhões da Educação.
Hoje, na maioria das séries do ensino fundamental e do ensino médio, os alunos não atingiram os níveis esperados em português, ciências e matemática, de acordo com o Saresp – Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar.

Confusão
Questionada sobre a falta de resultados pedagógicos da progressão continuada, a secretária de Educação de Covas, Rose Neubauer, colocou a culpa em seu sucessor, Gabriel Chalita, dizendo que ele acabou com medidas de apoio que eram fundamentais ao projeto.
Já o atual secretário da Educação, Paulo Renato Souza, que foi ministro da Educação durante o governo FHC, acredita que houve má implantação da progressão continuada.
Antes dele, a secretária era Maria Lucia Marcondes Vasconcelos. Ela caiu há salvadois meses quando anunciou que iria diminuir os ciclos da progressão continuada de quatro para dois anos.
Hoje, o salário dos professores do Acre é 40% maior que o de São Paulo. Aqui, os professores temporários, que são contratados sem concurso, são quase a metade da categoria.
“Os tucanos tratam a educação com viés empresarial e não com o sentido de inclusão”, denuncia Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp.
Ela disse que, além de faltar recursos, eles são mal gastos.
“O exemplo mais recente são as cartilhas com erros absurdos ou inadequadas para a idade dos alunos”, lembra.