O que é cidadania
Muito falamos sobre ser cidadão e cidadã e, em geral, relacionamos o ser cidadão e cidadã com a idéia de que, se conhecermos nossos direitos, poderemos exigir que sejam respeitados e, assim, estaremos exercendo nossa cidadania.
O que esta por trás desta concepção sobre cidadania?
Em primeiro lugar, podemos interpretar que cabe a cada um de nós conhecer um pouco da legislação e exigir individualmente que seja colocada em prática.
Em segundo lugar, podemos supor que devemos nos orientar pelos direitos que já existem, inibindo uma ação que possa ir além do que a lei diz.
Até que ponto conseguimos avançar, em termos de conquistas sociais, quando lutamos individualmente? As grandes conquistas não são frutos de reivindicações coletivas?
Será que se o movimento sindical não ousasse ir além do que existe na legislação teríamos algumas de nossas formas de representação sindical como os Comitês Sindicais de Empresa?
Será que as leis que existem não se contradizem, não se contrapõem? Vamos supor que exista um conflito entre um grupo de pessoas que lutam por terra e o proprietário de uma fazenda. As duas partes estão lutando por seus direitos, certo? Por que, de maneira geral, a parte que vence é a dos donos de terra?
Percebemos que o direito à propriedade, normalmente, está acima do direito à moradia, à terra etc., ou seja, em nossa sociedade temos grupos com interesses opostos.
Portanto, não basta conhecer e entender nossos direitos. Precisamos lutar coletivamente para inverter a lógica de que o direito dos proprietários de terras, escolas e fábricas se sobreponham aos direitos da classe trabalhadora.
Precisamos compreender que a luta por direitos é legítima, que a cidadania é uma fronteira em movimento e ela se amplia graças às conquistas sociais. E que esta forma de entender a cidadania implica em termos uma sociedade democrática na qual toda esta discussão seja considerada legítima.
Departamento de Formação