O sobe e desce do câmbio

Na história recente do Brasil, a desvalorização da moeda e o crescimento da volatilidade sempre foram comportamentos presentes no mercado de câmbio. A qualquer alteração no cenário internacional, a cotação do dólar disparava, criando incertezas e dificultando a atividade
econômica do País.
Hoje, mesmo diante de uma das maiores crises econômicas da história mundial, o comportamento do câmbio no Brasil vem apresentando uma nova conduta.
Desde o começo de 2009, o real valorizou 16,7% frente ao dólar americano. Em 2 de janeiro, era vendido a R$ 2,33; nesta quinta-feira, antes do fechamento do mercado, a cotação da moeda norte americana estava em R$ 1,94.
Essa nova realidade reabriu a discussão sobre a valorização do real e seu impacto na economia brasileira.
Com o real se valorizando, setores voltados à exportação são muito afetados porque seus produtos se tornam mais caros no mercado mundial.
Ao mesmo tempo, os preços dos produtos importados (eletrodomésticos, eletrônicos e brinquedos) e os que tem seus preços regulados pelo mercado internacional (alimentos), tendem a diminuir com o real forte.
São duas faces da mesma moeda. Redução de preços de importados impactam diretamente os preços nacionais e reduzem a inflação, abrindo espaço para o Banco Central reduzir de forma mais efetiva a taxa básica de juros (Selic), o que incentiva o consumo e os investimentos.
Por outro lado, com os nossos produtos mais caros no mercado externo e os importados com preços mais baixos no mercado interno, corremos o risco de nossas empresas perderem competitividade.
Assim sendo, a mensagem a observar é que o Brasil, para se consolidar como um país de economia sólida, precisa encontrar alternativas que equilibrem crescimento econômico e social com o fortalecimento de sua moeda.

Subseção Dieese do Sindicato