O tarifaço de Trump e a geopolítica mundial
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Apesar dos esforços do governo brasileiro, desde às 00h01 de ontem, começou a valer o chamado “tarifaço” de 50% sobre os produtos nacionais exportados para os Estados Unidos, conforme o decreto do presidente Donald Trump publicado em 30 de julho passado.
Foram excluídos 694 produtos brasileiros, como suco de laranja, aviões, castanhas, gás natural e fertilizantes, o que equivale a 45% dos produtos brasileiros exportados para os EUA. Apesar do impacto econômico para alguns setores, como aço, carne bovina e café, por exemplo, no cômputo geral, a situação é menos dramática do que alguns anos atrás, quando a nossa dependência da economia americana era muito maior.
As exportações para os Estados Unidos foram de 24,4% em 2001 para 12,2% em 2024, enquanto as exportações para a China, avançaram de 3,3% para 28% no mesmo período. O México, por exemplo, exporta 76% dos seus produtos para os Estados Unidos.
O aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos atingiu praticamente todos os parceiros comerciais, incluindo a União Europeia e o Canadá, seus parceiros econômicos e aliados políticos históricos. O mandatário estadunidense no auge das tensões comerciais com a China chegou a taxar os produtos chineses em 145%, no que foi respondido com a taxação de 125% para os produtos americanos exportados para China.
Tanto na forma desrespeitosa como o governo americano anunciou o “tarifaço” para as exportações brasileiras, quanto na justificativa (déficit econômico da balança comercial entre os dois países e perseguição ao ex-presidente Bolsonaro pelo STF), é um tratamento inaceitável nos assuntos internos do Brasil, além da falta de base real em ambos os argumentos. O Brasil não deve aceitar chantagens, nem pressões que firam a nossa soberania e os interesses do povo brasileiro.
Departamento de Formação