Obama quer ricos pagando mais


Novo presidente quer a criação de um fundo de saúde pública para todos

Em um repúdio claro à política de Bush, o presidente dos EUA, Barack Obama, apresentou uma proposta de Orçamento para 2010, que promove a mais radical guinada de prioridades para o dinheiro público do país nas últimas décadas.
Durante esses anos, os gastos públicos eram fundados na defesa intransigente do corte de benefícios sociais e na redução de impostos para os mais ricos.
Obama inverteu essa lógica e quer que os mais ricos paguem mais impostos para ajudar na criação de um fundo de saúde pública de acesso universal.
Ele propõe também taxar empresas poluidoras e usar o dinheiro para investir em energia limpa, diminuir os subsídios dados a agricultores e aumentar os recursos da educação.

Protesto
Segundo a proposta, cerca de 2,6 milhões de americanos mais ricos e empresas que contaram com incentivos fiscais durante os anos Bush — como a indústria do petróleo, as financeiras e multinacionais com sede no país – pagarão R$ 4,6 trilhões a mais de imposto nos próximos dez anos. Do total, cerca de 60% serão destinados à reforma do sistema de saúde.
Casais que ganham mais de R$ 570 mil por ano e indivíduos que recebem mais de R$ 480 mil por ano – ou 5% da população – pagarão mais.
O mesmo vale para fazendeiros com mais de R$ 1,2 bilhão de faturamento anual.

Conservadores
Os protestos dos setores conservadores contra a proposta começaram logo depois de o plano vir a público.
Uma das acusações mais suaves foi a de que Obama usará as medidas para promover a luta de classes.