Obesidade e Saúde
No dia sete de abril, Dia Mundial da Saúde, a obesidade foi tema central entre os muitos desafios presentes no horizonte da saúde pública no Brasil.
Uma pesquisa realizada em parceria entre a Universidade de São Paulo e o Ministério da Saúde apontou que 43% da população apresentam sobrepeso, ou seja, tem índice de massa corporal (IMC) acima de 25, e 13% estão obesas, com o IMC acima de 30. Esse aumento de peso, segundo especialistas, estaria relacionado a três fatores principais:
1) aumento do consumo exagerado de alimentos ricos em carboidratos como os pães, doces, massas e bolachas, e ricos em gorduras, principalmente das frituras e dos alimentos industrializados.
2) Aumento do sedentarismo.
3) Aumento abusivo do consumo de bebidas alcoólicas.
Esse fenômeno é uma tendência mundial. Está associado ao aumento de doenças como a hipertensão arterial, o diabetes e as doenças vasculares. Assim, enfartos do miocárdio, derrames cerebrais decorrentes do aumento das taxas de colesterol e triglicérides, com alto índice de adoecimento e incapacidade para o trabalho, estariam relacionados a esses fatos. Mas, no nosso país há um agravante, por acometer pessoas jovens antes mesmo dos trinta anos.
Outro problema é o número de mortes violentas relacionadas ao abuso do álcool, que vem aumentando entre jovens de ambos os sexos, atingindo índices acima de 30% da população entre 18 e 44 anos.
Precisamos, portanto, de políticas públicas que dêem conta de enormes desafios que passam pela melhoria da educação, esporte e lazer para as crianças e adolescentes, educação alimentar, por um lado, e rigidez no controle da propaganda e da fabricação que induz ao consumo de alimentos industrializados, por outro.
Será preciso criar políticas que incentivem a prática de atividades físicas para todas as idades. Isso implica em diminuição do tempo de trabalho, na redução do custo dessas atividades em caráter privado, até por incentivos e deduções nos impostos.
E, também o aumento da oferta de áreas públicas destinadas à pratica de atividades físicas, com equipamentos adequados, conservados e com orientação profissional, além de melhoria da segurança pública, fator decisivo para que a população saia de casa e passe a freqüentar os espaços públicos. Esses problemas dependem de ações políticas e não se resolverão com pílulas mágicas e nem de imediato.
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente