OCDE cobra confinamento no Brasil
A OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), grupo de países ao qual o Brasil tem pretensão de participar, elaborou um documento pedindo ao governo brasileiro que “assuma firmemente a dianteira” no combate ao novo coronavírus e adote “medidas apropriadas de confinamento” para conter o avanço da pandemia no país.
Diferentemente do que recomendam autoridades de Saúde, o presidente Jair Bolsonaro tem defendido apenas o isolamento vertical, válido para idosos e pessoas com doenças dos grupos de risco.
Segundo o presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, o governo brasileiro tem incentivado uma política genocida de combate a pandemia e questionou qual será a argumentação de Jair Bolsonaro sobre a ação da OCDE, já que no ano passado o governo brasileiro buscou o apoio do presidente estadunidense Donald Trump para ajudar o Brasil a ingressar na Organização.
“O que o presidente dirá agora sobre as recomendações preliminares da Organização, cujo Brasil é candidatíssimo e a participação como membro efetivo é prioridade na política externa brasileira? Ou ele irá dizer que os partidos de esquerda e a mídia tradicional, que vem defendendo as políticas da Organização Mundial da Saúde, conseguiram se infiltrar na OCDE para derrubá-lo e desestabilizá-lo?”, questionou o dirigente.
Wagnão também disse que após posicionamento da OCDE as expectativas são para uma mudança de postura por parte de Bolsonaro e sua equipe.
“Esperamos que isso crie um pouco de juízo ou como de costume que façam a reboque de seus mandatários, os países ricos membros da OCDE, e do próprio ídolo Donald Trump, que reconheceu agora que o isolamento e o confinamento são as melhores opções para diminuir e minimizar os efeitos dessa pandemia”, afirmou o presidente dos Metalúrgicos do ABC.
A OCDE afirma que o gasto extra com programas de transferência de renda é “urgentemente” necessário. “Períodos longos de confinamento podem deixar especialmente trabalhadores informais sem nenhuma fonte de renda, eventualmente levando-os a uma escolha terrível entre violar o confinamento em busca de trabalho ou sofrer com a falta de comida”, destaca o documento.