Oficina da CNM-CUT debate papel da indústria na América Latina
Foto: Renata Machado
Mais de 100 metalúrgicos e representantes de outros ramos da indústria debateram na última sexta, dia 22, a industrialização e os desafios da classe trabalhadora na América Latina durante oficina da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, no Fórum Social Temático em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
A oficina discutiu a função social da indústria e desafios necessários para ampliar a distribuição de renda, o nível de emprego, a sustentabilidade ambiental e o combate a precarização do trabalho na indústria brasileira e na América Latina.
Durante a atividade, o diretor de Comunicação do Sindicato e secretário de Relações Internacionais da CNM-CUT, Valter Sanches, observou que, de dois anos para cá, “há um processo em curso de reação da direita, particularmente por meio de uma brutal manipulação da mídia, que se esquece das virtudes dos governos democráticos e populares e tenta imputar a eles a responsabilidade pelo avanço da corrupção, como hoje acontece no Brasil”.
Segundo o dirigente, essa reação de restauração conservadora é uma grande ameaça, inclusive às políticas industriais de incentivo, como o Inovar-Auto e aos empregos. “É preciso lutar em várias frentes para barrar acordos de livre comércio, para que seja adotada política econômica que proteja a indústria nacional e garanta iniciativas como esta do Regime Automotivo, por exemplo”.
Ao final, foi aprovada simbolicamente a Carta dos Metalúrgicos da CUT, que será encaminhada à coordenação do Fórum Social Mundial, o FSM, propondo ações mais deliberativas e o lançamento do livro As Faces da Indústria Metalúrgica no Brasil: uma contribuição à luta sindical, publicação da Confederação e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o Dieese.
O Fórum Social Temático é uma vertente dentro do processo do Fórum Social Mundial, que acontece desde 2001 como uma contraposição ao Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, organizado pelos principais líderes empresariais de todo o mundo. E, em 2016, teve como tema a 4ª Revolução Industrial ou A Indústria 4.0.
“Os próprios estudos do Fórum dizem que esta revolução irá desempregar, pelo menos, cinco milhões de trabalhadores na indústria nos próximos cinco anos. Devemos nos articular e fortalecer os laços internacionais de solidariedade para barrar este processo”, concluiu Sanches.
Até o momento, foram realizadas diversas atividades temáticas e regionais, parte do processo de internacionalização do FSM e enraizamento das ações discutidas.
Da Redação.