Oito fábricas paradas e dois cancelamentos de turno

Anfavea não vê motivos para comemorar números positivos da produção em março

Com oito paralisações de fábrica e dois cancelamentos de turno, a indústria automotiva não tem motivos para comemorar os resultados positivos de março. O presidente da Anfavea, Antônio de Lima Leite, disse que este ano, ao contrário do início de 2022, as paradas não ocorrem apenas por falta de semicondutores.

“Ha outros fatores agora provocando férias coletivas, como o resfriamento da demanda”, afirmou o executivo. A produção em março atingiu 221,8 mil veículos, com alta de 37,3% sobre fevereiro (165,5 mil) e de 20% em relação a março do ano passado (184,8 mil). No acumulado do ano, contudo, o crescimento da produção é de apenas 8%, de 486,1 mil para 538 mil veículos. Com a ressalva de que no primeiro trimestre de 2022 a crise dos semicondutores estava no auge, ou seja, o desabastecimento era vem mais crítico do que o atual.

De janeiro a março foram emplacados 472 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, expansão de 16,3%. Mas assim como a Fenabrave, a associação das montadoras não vê sinais de recuperação, já que há um ano faltavam carros nas concessionárias. “Em relação aos volumes de antes da pandemia, a defasagem é superior a 20%”, lembrou Leite.

É nesse contexto de incertezas que surge o debate sobre o resgate do carro popular, aquele criado em 1982 a partir de incentivos fiscais e redução de margem, que na época deu novo fôlego ao mercado automotivo brasileiro. O presidente da Anfavea apresentou o projeto como proposta do carro verde de entrada. Mas garantiu que a entidade não participa diretamente das negociações com o governo, mas sim as montadoras que têm condições de oferecer um produto do gênero.

Do AutoIndústria