Olímpiada Industrial
A corrida pelo domínio industrial tecnológico é uma batalha de gigantes. Um quer manter o pódio, o outro vem de uma sequência de bons resultados, fruto de um organizado planejamento de longo prazo que ameaça a hegemonia do líder; estamos falando de Estados Unidos e China.
Logo atrás, mas não menos importante, vem a Alemanha, sempre muito forte nas modalidades da indústria automotiva, engenharias mecânica e química, além da indústria eletrônica.
Neste ranking o Brasil vai mal. Nesta analogia, se o momento atual fosse de fato uma olimpíada, estaríamos numa posição pior em relação ao ciclo anterior. Nos últimos cinco anos, o Brasil perdeu competitividade e diversificação no mercado global, e um estudo do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (CEDEPLAR) mostra que, entre 2016 e 2020, o total de “indústrias competitivas”, aquelas de bom desempenho no mercado global, caiu de 196 para 167 neste período.
O estudo mostra que, enquanto a turma do primeiro pelotão estimula mudanças produtivas e tecnológicas, inclusive orientadas para a mitigação aos danos causados pelas mudanças climáticas, o Brasil direciona suas políticas prioritariamente aos setores responsáveis pela extração de recursos provenientes da natureza.
O relatório mostra que neste período o Brasil elevou a participação das exportações dos produtos primários e diminuiu dos setores de média e alta tecnologia. Os produtos de alta tecnologia que já tinham participação de apenas 5,2% caíram para 3,1%, enquanto as exportações de madeira bruta e ouro cresceram 542% e 70% respectivamente.
Os centros de treinamento destes países medalhistas estão baseados nos fundamentos da Indústria 4.0, Manufatura Avançada, Veículos Elétricos e Autônomos, além de muita pesquisa e desenvolvimento tecnológico, ferramentas que o nosso governo negligencia e ignora, demandando uma mudança urgente de direção.
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